
As condições climáticas do inverno deste ano foram favoráveis para as frutíferas de clima temperado. Em Pinto Bandeira, a Capital Estadual do pêssego de mesa, o acúmulo de horas de frio beneficiou a produção da fruta.
As chamadas horas de frio são temperaturas iguais ou abaixo de 7,2°C e são essenciais para o desenvolvimento de algumas culturas, como o pêssego. De maio a agosto, a região da Serra registrou 367 horas de frio, um número acima da média, segundo um relatório da Secretaria de Agricultura do Estado.
— No inverno, a planta do pêssego entra em dormência, que é um período em que ela perde as folhas. E as horas de frio são importantíssimas para as frutas de caroço, como pêssego e ameixa, porque neste período a planta sintetiza fitormônios nas gemas, que são os locais de brotação e de floração da planta. Ela termina de sintetizar esses fitormônios, que tendo as horas de frio necessárias, vai ter uma boa produção e uma boa brotação — explica Thompson Didoné, extensionista rural da Emater.
José Antônio Nichetti produz pêssego há mais de quatro décadas. Anos de experiência de quem sabe que o tempo, muitas vezes, não ajuda como deveria, mas desta vez o clima é de otimismo.
— São poucos os anos que a gente tem uma temperatura dentro da normalidade. Está sendo muito bom, muito pelo início do frio que foi cedo neste ano e teve continuidade. As chuvas também vieram nas horas certas. Com certeza teremos frutas de boas qualidades — espera.
Em Pinto Bandeira, as quase 400 horas de frio foram satisfatórias. A expectativa é realmente de uma boa safra, segundo Rubiane Rubbo, presidente da Associação dos Produtores de Frutas de Pinto Bandeira (Asprofruta):
— O frio favoreceu, então a gente vai conseguir atingir a necessidade de frio pra quebra de dormência dessas variedades de pêssego.
O relatório da secretaria estadual ainda apontou a ocorrência de 61 geadas no Estado neste ano, a maior parte de forte intensidade. A condição chegou a afetar a produção das frutíferas, mas a boa notícia é que o fenômeno não prejudicou o resultado final.
— Nós tivemos alguma perda de produção das variedades super precoces, mas são variedades que são pouco expressivas no contexto geral da fruta de mesa — diz o extensionista rural da Emater.
Agora, os produtores se preparam para a colheita do pêssego e esperam que o clima siga favorável até o final do ano.
— A gente tem a expectativa de que no verão, principalmente em novembro e dezembro, tenhamos uma regularidade de chuvas também, muito para que tenhamos uma colheita tranquila e de excelente qualidade para o consumidor — diz Rubiane.

