Conforme dados da Associação dos Empreendedores de Pousadas Rurais e Hotéis de São José dos Ausentes (Apruha), que é presidida por Cléber Pasini, existem 13 pousadas na região, sendo que três delas estão inclinadas a fechar. Nesse universo, são oferecidos 530 leitos, com uma ocupação anual de 15 mil pessoas. Enquanto que Cambará, outro destino que também tem cânions, levou 450 mil pessoas no último ano para lá.
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Apesar desse cenário ainda desconfortável em uma comparação com Cambará, Pasini revela:
– O turismo só tem aumentado aqui em Ausentes. Às vezes estabiliza, mas não tem caído a procura. O que precisamos é de mais profissionalização. Porque a tendência é continuar a crescer a procura – diz Pasini, que também é guia da Terra Sul Ecoturismo e Aventura.
Aline Ramos, secretária de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de São José dos Ausentes revela que a ocupação nas pousadas do município tem sido cada dia mais intensa. O mês de maior baixa é novembro, nos demais, a procura tem sido grande, é por isso que estão abrindo duas novas pousadas.
– Nós temos uma taxa muito alta de retorno em nosso município. Porque além da beleza natural, as pessoas voltam por causa da comida e da hospitalidade. As pessoas que vem para São José dos Ausentes querem sossego e tranquilidade, porque também somos assim aqui em Ausentes – revela Aline Ramos, Secretária do Turismo de São José dos Ausentes.
Detox digital
O Sebrae atua em São José dos Ausentes há pelo menos 15 anos, inicialmente ajudando na abertura das pousadas rurais, na formalização da associação, bem como na orientação em gestão e atendimento.
– Atualmente, temos o Projeto Investe Turismo atuando na região, ajudando a criar novos produtos turísticos e como se promover pelo marketing digital para as empresas. Para o destino, fizemos o plano municipal deles, ajudando a definir uma estratégia mais clara do que o destino precisa fazer para se desenvolver mais – conta Emerson Monteiro, gestor de Projetos de Turismo Sebrae Serra Gaúcha.
Conforme Monteiro, o perfil dos empreendedores, na sua maioria, são proprietários de fazendas ou potenciais empresários querendo orientação para desenvolver novos negócios, ou empresários já estabelecidos e que querem implementar inovações. O potencial da região, na avaliação do Sebrae, é grande, pois proporciona contato com a natureza, a cultura do gaúcho serrano, a gastronomia típica, e os cânions em um ambiente chamado de “Detox Digital”.
O maior desafio, entende Monteiro, é migrar do atendimento àquele “turista de escapada, de final de semana” para um tipo que permanece mais tempo na região. Um dos entraves a ser superado é o acesso:
– A ligação da BR-285 com a BR-101 deve representar um avanço nesta questão.
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