
Aos 36 anos, a cantora e compositora Luana Pacheco comemora duas décadas de carreira no palco do Teatro Pedro Parenti, em Caxias do Sul, nesta quinta-feira (22), às 20h. Além disso, a cantora celebra uma espécie de début na trajetória artística, porque marca ainda os 15 anos que venceu a 3ª edição do Festival da Canção Aliança Francesa. Coincidentemente, em 2025, Édith Piaf (1915-1963), um dos maiores nomes da música francesa, completaria 110 anos.
No show Especial Canção Francesa, Luana promete cantar canções imortalizadas nas vozes de grandes nomes como Piaf, é claro, além de Charles Trenet (1913-2001) e Jacques Brel (1929-1978), e também músicas mais contemporâneas de artistas como Zaz, Mayra Andrade e Carla Bruni. O espetáculo apresenta Luana Pacheco (voz e violão), Luciano Leães (piano) e Miriã Farias (violino).
A relação de Luana com a França, começa em 2010 quando vence o festival promovido pela Aliança Francesa Porto Alegre. Com 21 anos na época — e sem saber falar francês —, Luana decorou a letra de L'amour, de Carla Bruni. Feliz com a participação, não esperava que iria vencer o festival, cuja premiação foi uma viagem de uma semana para Paris — sendo que ela jamais havia viajado para fora do Brasil. A partir daí, Luana foi fisgada pela cultura francesa.
— Foi algo muito marcante pra mim. Foi ali que eu percebi que gostava da música francesa, do idioma, da cultura... Então, comecei a desenvolver e a estudar mais o repertório francês. — conta Luana.
Além de Édith Piaf, uma de suas mais importantes referências, Luana admira cantoras negras norte-americanas, como, Etta James (1931-2012), Ella Fitzgerald (1917-1996) e Dinah Washington (1916-1961). Além disso, Luana gosta de explorar elementos do jazz e do blues.
Em 2017, foi convidada para fazer o show de abertura da cantora Zaz, conhecida por misturar elementos da música francesa com o gypsy jazz, soul e ritmos latinos e africanos, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre.
Em 2020, Luana iniciou uma nova fase imersiva pelas trilhas da Cidade Luz, cantando pela primeira vez em Paris, no Café des Deux Moulins, cenário do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). Três anos depois, foi a vez dela encantar o público ao lado de Luciano Leães, pianista e compositor brasileiro, considerado um dos principais nomes do blues, jazz e R&B, em um antigo clube chamado Le Grain, no bairro Montmartre, o mais boémio de Paris, onde fica também o Moulin Rouge.
— Nesse show eu me comuniquei totalmente em francês com o público, que era praticamente de parisienses. Foi uma validação muito importante pra mim. Eles se sentiram muito lisonjeados e felizes de me ver celebrando o idioma deles mesmo sendo uma cantora brasileira. Pra mim foi uma surpresa muito grande, deles terem gostado de me ver cantando em francês — conta Luana.
Em 2023, Luana foi eleita pela revista francesa VOX Culture et Innovation dans l'Amérique Latine et dans les Caraïbes como uma das 29 personalidades inspiradoras conectadas com a cultura francesa pelo mundo, sendo a única mulher brasileira na revista que marcou os 140 anos das Alianças Francesas no mundo.
— Fiquei muita honrada, muito feliz. Foi uma emoção muito grande quando eu recebi o e-mail dizendo que eu tinha sido selecionada. Pra mim, foi como uma coroação, pra todo esse meu relacionamento com a canção francesa, pra toda essa história que eu desenvolvi durante todos esses anos. Foi incrível — recorda.

Apresentando o legado de Édith Piaf à nova geração
Revisitando as duas primeiras décadas de carreira, Luana se reconhece como uma artista que trabalha para a valorização da canção francesa. Nas aulas de canto que ministra para adolescentes Luana nota que muitos não conhecem Édith Piaf. Para ela, é importante revelar aos jovens que Piaf foi uma mulher à frente de seu tempo.
Luana visitou a casa onde Piaf nasceu, em Paris, e cita a mensagem inscrita na parede do edifício que fica na 72 da Rue de Belleville, que diz: "Aqui nasceu Édith Piaf, numa grande miséria, mas que mais tarde virou um mundo de ponta cabeça através da sua voz".
A partir disso, Luana reflete:
— Ser artista é uma manifestação de resiliência. Acho que é isso, é transformar dificuldades em música. É essa mensagem que eu quero passar para o mundo. Como Édith Piaf eu quero transformar as dificuldades em algo que faça diferença e sentido na vida de outras pessoas.
Programe-se
- O quê: Especial Canção Francesa - com Luana Pacheco Trio.
- Quando: quinta-feira (22), às 20h.
- Onde: Teatro Pedro Parenti, localizado na Casa da Cultura (Rua Dr. Montaury, 1.333, Centro - Caxias do Sul).
- Quanto: ingressos entre R$ 50 e R$ 80, à venda pelo site Sympla. Os lugares são por ordem de chegada, não sendo numerados.