
Família Comandulli nos primórdios de Rainha do Mar
Família Lucchese em Arroio do Sal em 1966
Uma carrocinha na beira da praia
Praia de Banhos de Torres em 1958
Outros verões... Torres em 1954, Areias Brancas em 1964
Veraneios de outros tempos
O sonho do madeireiro caxiense Luiz Granzotto (1912-1998) era "construir" uma praia. E a ideia começou a tomar forma no início da década de 1950. Em 1951, juntamente com os parentes Atílio, Romeu e Rineu Granzotto, Luiz comprou uma área de 112 hectares no litoral norte.
Já em 1952, acampado com uma barraca, uma espingarda e a companhia de um cachorro, começou a nivelar a praia Paraíso – o nome, uma alusão à tranquilidade que eles desejavam, foi escolhido por meio de uma enquete com moradores da Serra, região da maioria dos frequentadores do lugar.
Segundo o filho, o empresário Clóvis Granzotto, 78 anos, o pai e alguns dos primeiros proprietários dos lotes de Paraíso – entre eles Francisco Stedile, Angelo e Miguel Zanandrea e Olinto Biazus – decidiram não implantar um sistema que facilitasse o acesso ao balneário.
– Ele queria uma praia particular – conta.
O surgimento do hotel
Em dezembro de 1952, Luiz aproveitou-se da beleza da orla e inaugurou o lendário Hotel Paraíso. À época com 15 anos, o filho Clóvis recorda de várias histórias do início da hospedagem, inclusive dos primeiros fregueses: sete casais franceses que comiam mariscos e tomavam champanhe a beira-mar.
Além de servir como local de pouso, o hotel oferecia opções de lazer para os hóspedes, como bailes nas quartas e sábados.
– Os Bertussi seguidamente tocavam por lá – recorda.
Thifany's, o bar do Alfred Palace Hotel
Ambiente acolhedor
O hotel também ditava regras: às 23h, as luzes eram desligadas. Segundo Clóvis, o pai dava três sinais de luz. Depois, as pessoas tinham de ir para o quarto com velas. O ambiente da hospedagem também era aconchegante, o que fazia as pessoas sentirem-se à vontade.
– Era como se eles (os hóspedes) fossem da família, entravam na cozinha para beber aperitivo, jogavam carta – recorda Clóvis.
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O suprassumo do litoral norte
Seu Clóvis sempre gostou de trabalhar na praia. Aos 19 anos, já administrava o hotel, que funcionava somente de dezembro a março e eventualmente em alguns feriados durante o ano.
O estabelecimento era um dos mais famosos do litoral e recebia veranistas da Serra (principalmente de Caxias do Sul), de Porto Alegre, Santa Maria e até de outros Estados.
– Os hóspedes de Caxias saíam sempre sem pagar. No inverno, meu pai passava na casa deles para tomar um café e já cobrava a estadia – recorda Clóvis.
Na década de 1970, o hotel foi reformado e alugado – foi quando seu Clóvis passou a dedicar-se às empresas da família em Caxias.
Há 15 anos, o prédio do Hotel Paraíso foi demolido, e no terreno foram construídos sobrados de aluguel temporário.
Para seu Clóvis, restam as boas lembranças:
– Ainda sonho com o hotel.
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