

Uma atmosfera nostálgica deve permear as comemorações do aniversário de 115 anos do Colégio São José, neste sábado (19). A confraternização, no salão dos Capuchinhos, será uma oportunidade para estudantes, ex-alunos e professores recordarem de momentos emblemáticos da história do educandário - e de sua própria trajetória de vida.
Entre eles estará a ex-aluna e professora Carmen Lucia Duso Ribeiro Mendes, 68 anos, que estudou na instituição entre os anos de 1954 e 1966. Depois de formada e já aposentada, ela acabou retornando às salas de aula do antigo colégio - desta vez não mais como aluna, mas como professora de Geografia.
Os primórdios do Colégio São José
Carmen recorda com saudades dos tempos de estudante. As memórias mais fortes referem-se ao conteúdo das aulas. Segundo ela, além das matérias tradicionais, as estudantes cursavam disciplinas como economia doméstica, datilografia, piano e pintura. Cursos de etiqueta e corte e costura também faziam parte do currículo escolar.
- Costumo dizer que tínhamos uma educação completa. Hoje, essas matérias já nem existem mais - reforça Carmen, na foto abaixo mostrando uma imagem de 1959, quando participava das cruzadas religiosas do colégio.
Formatura das alunas-mestras do Colégio São José em 1936 e 1952
Escola de Belas Artes de Caxias do Sul em 1958
Carmen mostra a foto da turma de cruzadas religiosas, em 1959. Foto: Roni Rigon/ Agência RBS
Cumprimentos em francês
A partir do quinto ano, as meninas também eram incentivadas a aprender novos idiomas. Todas frequentavam aulas de latim, inglês e francês - a ex-aluna recorda que as estudantes deviam sempre cumprimentar as freiras em francês, idioma materno da congregação.
Formatura das alunas do Sacre-Couer de Marie em 1965
Aquilino Zatti: uma trajetória de vida e uma escola

Turma de cruzada religiosa. Carmen é a terceira, da direita para a esquerda, na primeira fila. Foto: reprodução/ acervo Carmen Lucia Duso Ribeiro Mendes

Camen e o álbum de fotos, onde ela guarda os registros da época de estudante. Foto: Roni Rigon/ Agência RBS
Missa e footing dominical
Segundo Carmen, as manhãs de domingo eram reservadas às missas na Catedral Diocesana - as meninas deviam ir vestidas com o uniforme de gala para garantir alguns pontos a mais na média.
Este, aliás, era um dos momentos mais esperados da semana, já que os meninos do Colégio Nossa Senhora do Carmo também participavam da celebração. Após a missa, os jovens eram liberados para fazer o famoso footing dominical - responsável por muitos namoricos entre os adolescentes.
Anos 1950: footing e flertes dominicais nos arredores da Praça Dante
Carmen e o irmão Sérgio Ivo Duso na década de 1950, preparando-se para ir à missa na Catedral. Ele era aluno do Carmo, ela do São José. Foto: acervo Carmen Lucia Duso Ribeiro Mendes, divulgação
Jornalzinho interno
O regime misto só começou a funcionar no colégio em 1969, por isso somente meninas aparecem nas fotografias até esse período.
A foto abaixo mostra as estudantes das séries mais avançadas produzindo o jornalzinho Prossigamos, em meados de 1950. O informativo, patrocinado pela Metalúrgica Abramo Eberle, circulava dentro do colégio.
* Com a colaboração de Alana Fernandes.


Alunas produzindo o jornal da escola na década de 1950. Foto: Studio Tomazoni, acervo Colégio São José/ divulgação

Capa do jornalzinho Prossigamos. A menina da foto é a senhora Vera Zanoni, aluna da segunda série do ensino normal, à época. Foto: reprodução/ acervo Colégio São José

As aulas de pintura na década de 1950. Foto: Studio Geremia/ acervo Carmen Lucia Duso Ribeiro Mendes, divulgação

Estudantes na aula de datilografia. Foto: Studio Tomazoni/ acervo Carmen Lucia Duso Ribeiro Mendes, divulgação
Na Câmara de Vereadores
Nesta quinta-feira (17), a partir das 15h45min, ocorre uma homenagem especial ao colégio na Câmara de Vereadores.
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