

Com o sol brilhando em Capricórnio, seria tempo de falar desse signo como o princípio instaurador de uma civilização, em que trabalho e governo promovem uma produtiva ordem social. Seria, se Plutão não estivesse passando pelo céu de Capricórnio, num ciclo que vai até 2024. Associado ao deus dos infernos, Plutão condena à morte o sistema administrativo capricorniano, trazendo à superfície os meandros do poder e potencializando em barbárie o que foi reprimido. Pensemos em crises dramáticas na economia, na política e na noção de Estado de Direito. Sim, nascerá outra ordem mundial, mas antes precisamos suportar o caos da transição para o novo. Passageiros da nave Terra, apertem os cintos!
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Como Capricórnio simboliza as tradições, a autoridade e a austeridade, é natural que o velho sistema queira evitar seu colapso com maior repressão, conservadorismo e até fascismo. Como se o problema fosse de gestão, no pensamento "empresarial" do signo – e Trump deve fazer escola. Mas a questão é o próprio paradigma de geração de riquezas, que nega a finitude dos recursos naturais num mundo já cheio de gente e as desigualdades sociais que tal modelo alimenta. Ouçamos os brados selvagens da natureza e da turba de excluídos...
É a revisão de um ciclo histórico iniciado na passagem anterior de Plutão por Capricórnio, entre 1762 e 1777. Ali foi lançada a Revolução Industrial e os Estados Unidos surgiram como modelo de nação moderna. O mundo mudou com a nova era do capitalismo industrial. Desde então, a economia, a política e a cultura se pautaram por relações de produção e consumo. Nações ricas subjugaram as nações pobres, nas regras da plutocracia, o governo dos ricos. Agora, de novo em Capricórnio, Plutão, como uma "inteligência" da natureza de efeito corretivo, expõe as fragilidades desse sistema que sempre desprezou o meio ambiente e tudo o que não pactuasse com os valores capitalistas. É tempo de criação de um novo modelo de civilização. Oremos pela sensatez dos governantes. E dos cidadãos também.