
A trajetória do empresário catarinense Jean Oliskovicz é um dos destaques desta sexta-feira (10) no Serra Summit, em Nova Prata. Ele começou a jornada há mais de 20 anos vendendo cosméticos de porta a porta com sua esposa. Com o tempo e a vontade de empreender, cresceu e abriu sua própria empresa.
Hoje, está à frente do Grupo Oliscorp, que engloba as empresas Oliscorp Educação, CEO’s Club, Universo Empreendedor e realiza os eventos Lidera Brasil e Indústria do Amanhã. A Oliscorp Educação, por exemplo, já treinou mais de 180 mil líderes e o CEO’s tem 3 mil presidentes associados.
Antes da palestra, Oliskovicz conversou com a coluna. Confira:
O que empreendedor do futuro precisa ter?
A gente fala muito sobre soft skills e hard skills, mas fala muito pouco sobre happiness skills. O empreendedor do futuro é aquele cara que leva alegria no que faz, leva brilho no olho, leva vibração. Ele tem que ter um olhar de mercado, mas não precisa ser o cara mais visionário do mundo. Ele tem que ter um olhar de solução, mas não precisa ser um engenheiro. Ele precisa ter um olhar de construção, mas não precisa ser o cara da obra. Ele precisa, acima de tudo, saber ser o fio conector, ter um olhar humanitário, ser a pessoa que conecta tudo isso. É como se você fosse para o interior visitar alguns amigos ou voltasse para sua cidade natal e encontrasse amigos e parentes que muitos anos não encontrava, que moram próximos uns dos outros e não se conversam durante o ano. Quando você está lá, todo mundo se reúne. Naquele momento, você foi o fio invisível que conectou tudo. O empreendedor do futuro tem que ser esse cara, tem que ser esse fio invisível que conecta a empresa dele, a sociedade, a comunidade, os aspectos de negócio e, muitas vezes, ele não precisa ser o super cara. Ele só precisa ser o cara que conecta. Eu entendo que o empreendedor do futuro tem um viés conector muito importante e é isso que abre oportunidades para avançar nos negócios.
Diante da sua experiência, quais dicas o senhor dá para quem quer empreender?
A experiência é a vida que te traz. O maior MBA que existe é o da vida. Você só tem que estar disposto a aprender com ela. Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que querem ter razão e as que querem ter resultado. A pergunta é: quem você é? As pessoas que querem ter razão podem destruir uma família tentando provar que têm razão. Elas podem quebrar uma empresa tentando provar que têm razão. Pessoas que querem ter resultado, não importa de quem é a ideia, desde que aconteça o que é melhor para a família, para os negócios. É uma escolha e não existe certo e errado. O primeiro grande ponto de escolha é quem você quer ser. Uma vez que você escolheu quem você quer ser, aprenda com essa jornada. A jornada é tua, é você que vai viver ela. No final da tua vida, quem assina o livro é você, não é outra pessoa, não pode terceirizar. A dica que eu dou, que não se trata de empreendedorismo, se trata de "apreendedorismo” ou seja, a tua capacidade de aprender todo dia com o teu colaborador, com o mercado, com palestrante, enfim, com quem está do teu lado. É a tua capacidade de ouvir o que os outros têm a dizer e adaptar para o teu cenário. O "Control C+Control V” nunca vai ser eficiente, mas a adaptação vai. Eu ouço o que o outro faz e falo: pô, isso faz sentido pra mim, deixa eu adaptar o que ele fez na empresa dele. Você pode ter um resultado exponencial. Então, acho que a grande dica é se conecte com as pessoas e aprenda. Também transborde para as pessoas, contribua, seja alguém que ensina também, que traz a tua experiência. O empresário apanha tanto em qualquer lugar do mundo, é tão pressionado que, às vezes, a gente se fecha, e nesse se fechar a gente perde uma gigantesca oportunidade de aprender com o colega. Uma pessoa ou uma empresa prosperar em uma região não é a cura, é o câncer. A gente precisa que todo o entorno prospere junto, aí, sim, estamos promovendo cura. A educação e o empreendedorismo são as grandes molas transformadoras da sociedade.
* A colunista viajou a Nova Prata a convite da organização do Serra Summit.



