
Os 49 municípios integrantes da regional da Emater Caxias do Sul receberão R$ 66 milhões do Programa Operação Terra Forte, ação de recuperação de solos do governo do Estado. O recurso irá beneficiar 1.209 agricultores da Serra afetados pelos eventos climáticos extremos dos últimos anos — enchente e deslizamentos de 2024 e estiagens severas de 2020 e 2022. Para Caxias do Sul, serão R$ 3,6 milhões para cem produtores rurais.
Lançado na semana passada pelo governador Eduardo Leite, o programa foi apresentado nesta quarta-feira (18) na CIC de Caxias do Sul. Ele é voltado aos agricultores familiares, parcela que representa 80,5% dos empreendimentos no RS e 40% da produção gaúcha. Inicialmente, o Terra Forte irá beneficiar 15 mil propriedades em todo o Estado.
— O programa busca preparar o solo para evitar o que houve na última cheia e também evitar que qualquer seca também atinja a nossa produção. Cada produtor irá se inscrever na Emater, de forma gratuita, e um conselho irá escolher aqueles que farão parte. Cada selecionado irá se preparar para enfrentar o novo normal do clima que é excesso de chuva ou excesso de seca — destaca o secretário de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, presente no evento.
As reuniões regionais de apresentação do Terra Forte terminam na próxima semana e, em seguida, as inscrições serão abertas. Agricultores e pecuaristas escolhidos para participar do programa irão receber, em parcela única, R$ 30 mil, a fundo perdido, por meio do Cartão Cidadão. A iniciativa pode favorecer até 150 mil unidades produtivas de forma indireta.
— O agricultor sabe o que é melhor para a sua propriedade, seja no pomar, seja no parreiral, seja em qualquer área na fruticultura, nos hortifrutigranjeiros ou na produção de grãos. Ele sabe o que é melhor para sua propriedade, mas está descapitalizado. Ele precisa desta força para investir e fazer a melhoria para produzir mais e melhor — completa Covatti.

Quatro eixos
O programa Operação Terra Forte (Programa de Recuperação Socioprodutiva, Ambiental e de Incremento da Resiliência Climática da Agricultura Familiar Gaúcha) é financiado com recursos do Fundo de Reconstrução do Rio Grande do Sul (Funrigs) e terá investimento de R$ 300 milhões na primeira fase.
Além da transferência direta de recursos ao produtor, o programa tem outros três eixos: assistência técnica e extensão rural (diagnósticos), qualificação de patrulhas agrícolas mecanizadas (aquisição de tratores agrícolas e disponibilização aos municípios) e governança e parcerias institucionais.