
O sistema de coleta de lixo de Caxias voltou a ser tratado na Câmara nesta quarta-feira (15), com recados claros de quem vivencia diariamente as falhas que, na prática, impedem o reaproveitamento eficiente do material seletivo. Presidente da Cooperativa Paz e Bem, no bairro Santa Fé, Tiago Pavelski ocupou o espaço da Tribuna Livre para falar das dificuldades enfrentadas pelo setor.
Ao longo de 20 minutos, o representante abordou o mau hábito da população de não separar os resíduos, o que resulta em aproveitamento de apenas metade de tudo o que chega ao pavilhão. Mas isso é apenas uma das pontas. Pavelski disse que o atual modelo de contêiner seletivo, amarelo, atrapalha o processo de reciclagem.
— A mudança de contêiner é o maior passo que a cidade pode dar em relação à sustentabilidade — defendeu.
O motivo apontado é simples: os recipientes ficam abertos e expostos à chuva e ao manuseio de catadores, que com frequência misturam os materiais, além de levar o que possuem melhor aproveitamento. O resultado é que, conforme Pavelski, o material recolhido na área de coleta mecanizada é "o pior possível". Já o resíduo orgânico, que não é reaproveitado, fica fechado e protegido da chuva.
Impacto negativo
É consenso que a coleta mecanizada apresentou bons resultados na época da implantação. Ao longo do tempo, porém, o sistema perdeu eficiência a ponto de surgir argumentos a favor da extinção do modelo. Como o município tem optado por manter os contêineres, seria pertinente avaliar alternativas para os recipientes de resíduo seletivo.
Do contrário a falta de aproveitamento do material tem efeito contrário ao proposto: não gera renda a quem vive da reciclagem, não reduz o impacto ambiental e ainda gera custos. Da mesma forma, a própria Codeca poderia cadastrar e coordenar o trabalho de catadores, tornando essa parcela da população uma aliada na destinação dos resíduos. Provavelmente não resolveria todo o problema, mas já seria um começo.






