
Contrariando algumas expectativas - embora não estivesse previsto na agenda - o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, não anunciou o repasse da gestão do aeroporto Hugo Cantergiani à Infraero. Mais do que isso, a resposta do ministro, quando questionado, de que é preciso "fechar as contas", pode ser entendido como um banho de água fria, uma vez que as negociações tiveram grande evolução nos últimos meses.
Por trás da declaração está a necessidade de garantir que o negócio seja rentável para a estatal, que nos últimos anos se especializou em assumir aeroportos menores, enquanto os maiores foram concedidos à iniciativa privada. A equação é como obter um retorno do valor investido em um aeroporto que, em até três anos, se tudo der certo, será substituído pelo terminal de Vila Oliva.
O destino do Hugo Cantergiani após a inauguração do novo aeroporto não está definido. Mas ainda que siga em operação, é de se esperar uma redução de receita, já que serviria apenas à aviação geral (tudo o que não envolve voos comerciais regulares). Pela fala do próprio ministro, é improvável que as negociações sejam interrompidas, mas não se pode descartar que talvez haja redução nos investimentos previstos.
Incômodo
Quem esteve acompanhando a cerimônia de assinatura da autorização da licitação do aeroporto de Vila Oliva, nesta quinta-feira (16), relata que o senador Luiz Carlos Heinze (PP) ficou incomodado por não ter oportunidade de falar no protocolo. Ele precisou ser incentivado, momentos depois, a subir no palco e assinar o documento.
Heinze foi um grande articulador do projeto, assim como a deputada federal Denise Pessôa (PT), que teve espaço para se manifestar.
Nos bastidores, a explicação é de que o protocolo, elaborado pelo Ministério de Portos e Aeroporto, precisou ser modificado às pressas por conta do atraso na agenda do ministro, que esteve em Rio Grande antes de Caxias. Ele tinha horário para retornar a Brasília para uma reunião com Lula e vários discursos foram cortados.




