Assunto que gerou troca de farpas entre o deputado federal Maurício Marcon (Podemos) e a administração municipal no fim de semana, a emenda parlamentar de quase R$ 1,25 milhão para a compra do Indicador de Trajetória de Aproximação de Precisão (Papi, na sigla em inglês) para o aeroporto de Caxias teve origem no gabinete deputado Marcel Van Hatten (Novo).
Em vídeo publicado no domingo (22), Marcon questionou a prefeitura por não ter sido citado como autor da emenda parlamentar ao lado do colega. Os dois deputados estiveram em Caxias no ano passado anunciando a destinação de recursos em parceria, mas o trâmite, efetivamente, ocorreu via gabinete de Van Hatten.
Debate segue
O assunto segue rendendo e as declarações de Marcon foram rebatidas nesta terça-feira (24) pelo líder do governo, vereador Daniel Santos (Republicanos), na tribuna da Câmara. A instalação do Papi é uma determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a adequação do aeroporto às normas operacionais. Daniel disse que o município tinha prazo até outubro deste ano para instalar o equipamento, sob pena de ter a suspensão dos voos.
Como os recursos ainda estão tramitando na Caixa Econômica Federal (CEF), o valor não chegaria a tempo, o que levou o município a fazer a compra com dinheiro próprio. Quando a emenda estiver disponível, será utilizada na compra de esteira de bagagens e raio-x.
Em novo vídeo na segunda-feira (23), Marcon disse que o dinheiro poderia ser usado apenas para o Papi. Segundo a base governista, a declaração não procede porque o valor repassado se trata de uma "emenda pix", indicada diretamente para o município. A descrição indica que ela serve para melhorias da infraestrutura do aeroporto, sem especificar a melhoria.
Em tempo
No domingo, o prefeito Adiló Didomenico chegou a conversar, por telefone, com o deputado Marcel Van Hatten, que atualizou a situação e não reivindicou os créditos pela instalação dos aparelhos.