
Na última quarta-feira (18), a coluna propôs algumas reflexões a respeito da morte de um jovem de 22 anos na Ponte da Cooperação, entre Caxias e Nova Petrópolis. Pois um ofício do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) recomendou expressamente que a estrutura não fosse construída por conta das características da região.
O documento foi assinado pelo superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro da Silva, e encaminhado em 7 de agosto de 2024 às prefeituras de Caxias e Nova Petrópolis. O comunicado foi uma resposta ao pedido dos municípios para aproveitar o material que o órgão rodoviário utilizaria na construção de uma ponte metálica de forma provisória.
O Dnit desistiu de fazer a travessia em parceria com o Exército porque uma nova cheia levou as cabeceiras antes da finalização do trabalho. A conclusão foi de que uma ponte provisória não era viável. O órgão apontou que o curso do Rio Caí tem grande quantidade de seixos (pedras de rio) que poderiam forçar uma estrutura provisória em caso de aumento da vazão da água. A solução seria ancorar a estrutura na rocha maciça, o que levaria muito tempo.
A Ponte da Cooperação foi construída com aduelas de galeria postas sobre o leito. Foi uma medida desesperada da comunidade, que projetou e financiou a construção - e contou com o apoio dos municípios - em função das dificuldades econômicas causadas pela queda da ponte da BR-116.
Os próprios projetistas negam problemas de construção, mas afirmam que a estrutura deveria ter sido fechada. Mas algumas perguntas persistem: quem tinha essa informação? Quem, então, deveria fechar? E por que não fechou?