
A promessa de instalação de um campus da UFRGS em Caxias do Sul foi revigorada nesta terça-feira (17). Durante entrevista à Gaúcha Serra, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação (MEC), Gregório Grisa, reiterou que o projeto é uma decisão estratégica do Ministério da Educação (MEC) e todas as ações estão sendo executadas para que a implantação ocorra em 2026.
O tom afirmativo e otimista foi uma resposta aos percalços que a proposta enfrentou nas últimas semanas. Um ano após ser anunciada, a ideia segue em fase de debate na UFRGS, e a reitora da instituição declarou recentemente que preocupações com a questão orçamentária da instituição haviam impactado na entrega do projeto, o que possivelmente atrasaria o início das atividades.
Inicialmente, Gregório reforçou que a implantação do campus na Serra é uma decisão sem volta, tomada pelo presidente da República, que, inclusive, tem cobrado o andamento dos trabalhos. Por isso, o cronograma segue prevendo o início das atividades no ano que vem.
— Eu tenho convicção de que ano que vem a gente tem as instalações aí, e o MEC fará todo o esforço possível para que seja o quanto antes. Eu queria deixar essa mensagem bastante clara para a comunidade da Serra e a sociedade gaúcha em geral, tendo em vista que é um compromisso que foi firmado pelo governo — afirmou o secretário.
Ele ressaltou que tem mantido contato constante com a UFRGS sobre a elaboração do projeto e tem prestado todos os esclarecimentos necessários para afastar preocupações de setores internos da instituição com a parte financeira. Além disso, pontuou que a verba inicial de R$ 60 milhões prevista no PAC é suficiente para os trâmites de implantação e que a partir do início das operações haverá o repasse do valor necessário para a manutenção.
— O que eu gostaria de tranquilizar, tanto a comunidade lá da universidade, já falei à reitora isso, e a população como um todo, é que terá recurso adicional de custeio, por óbvio, assim como terá os cargos de direção e as funções gratificadas. É o enxoval previsto para os 10 campi, e em Caxias não será diferente — garantiu Grisa.
Quanto a prazos, o secretário afirmou que há um compromisso que ainda neste mês de junho seja concluído o relatório da comissão que estuda o projeto. Aí começará o debate interno entre as unidades acadêmicas, para que em julho ou, no máximo, agosto a decisão final sobre o cronograma de implantação seja levada Conselho Universitário da UFRGS.
Quanto à sede física, Grisa ressaltou que já há consenso de que a compra do Campus 8 é a melhor opção para agilizar o processo:
– Todo o começo das conversas em relação à implantação do campus gira em torno dessa possibilidade, sim. Contudo, quem recebe orçamento e faz as negociações relativas ao contrato em si é a UFRGS. Eu creio que está no horizonte da gestão da universidade esse mesmo projeto. O planejamento é caminhar nessa aquisição, dado que a infraestrutura e as instalações têm as melhores condições encontradas aí para se transformar no campus.
O secretário ainda classificou como remota e improvável a possibilidade de buscar outra instituição para gerenciar o processo de implantação do campus de Caxias. Segundo ele, está havendo um diálogo produtivo com a reitora Márcia Barbosa, além de ser algo importante para a própria UFRGS, já que ampliará a relação da universidade com o setor produtivo mais pujante do Estado.
O anúncio da instalação de 10 novos campi de universidades federais no Brasil, incluindo o de Caxias do Sul, foi feito pelo presidente Lula e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em 10 de junho de 2024. A estrutura é reivindicada pela região há décadas, e esteve perto de se concretizar na década de 1980, quando foi analisada a federalização da UCS, e em 2010, quando também foi cogitada a implantação de um campus da UFRGS.