A Defesa Civil de Passo Fundo interditou um trecho da Rua Quinze de Novembro, no centro da cidade, após parte do asfalto da via ceder. O trânsito está em meia pista no local desde 31 de maio, quando o problema foi constatado e é proibida a passagem de caminhões e ônibus.
Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Fernando Bicca, o dano na estrutura foi causado por uma obra privada que está em andamento na rua. A construtora foi notificada após inspeção no local.
— Não há nenhum tipo de risco para a população. Essa interdição é preventiva e estamos monitorando diariamente o local. A obra segue em andamento e são feitas as correções necessárias — afirmou Bicca.
A reportagem teve acesso à notificação. Segundo o documento, a anormalidade na via consiste em rachaduras e afundamento do pavimento asfáltico.
Em razão disso, a empresa é obrigada a cumprir determinações como inspeções e medições a cada duas horas, adoção de medidas de segurança para minimizar os danos e isolamento da pista.
Segundo o coordenador, não há informação de danos estruturais em edificações do entorno.
Ainda não há previsão de liberação da área. Segundo a Defesa Civil, não existe indício de agravamento da situação e o acompanhamento é feito por topógrafos da prefeitura e engenheiros da obra. A Guarda de Trânsito faz a fiscalização do fluxo no local, que fica nas proximidades do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Procurada pela reportagem, a construtora Borin Construções e Incorporações, responsável pela obra afirmou, em nota, que "o afundamento ocorrido na via decorre de um problema crônico nas tubulações existentes no local" e que "serão adotados procedimentos de engenharia para garantir a segurança da área" (leia abaixo na íntegra).
Questionada, a prefeitura disse que todas as informações sobre o assunto seriam repassadas pela Defesa Civil. Esta, por sua vez, afirmou não ter conhecimento da existência dessas tubulações no local mencionado.
Nota da construtora responsável pela obra
"Em complementação à matéria publicada, esclarecemos que o afundamento ocorrido na via decorre de um problema crônico nas tubulações existentes no local, que são antigas e sofrem obstruções recorrentes. A situação, inclusive, já foi oficialmente documentada anteriormente.
Após o ocorrido, foram realizadas vistorias técnicas em conjunto com a Defesa Civil e a Prefeitura Municipal, incluindo a análise das edificações do entorno, como a obra sob nossa responsabilidade. Constatou-se que não houve comprometimento estrutural ou riscos graves associados.
Como medida de precaução e responsabilidade técnica, serão adotados procedimentos de engenharia para garantir a segurança da área e viabilizar a intervenção da Corsan, responsável pela manutenção da rede de drenagem da via.
Reconhecemos que se trata de uma região com intenso fluxo de veículos e pedestres, e que, somado ao período de chuvas, o cronograma das correções pode demandar mais tempo do que o habitual. No entanto, todas as medidas estão sendo executadas com a máxima agilidade, em estreita cooperação com os órgãos competentes.
Nos mantemos à disposição da comunidade para quaisquer esclarecimentos e reforçamos nosso compromisso com a segurança e a integridade urbana do município."