O sistema de saúde pública de Passo Fundo, no norte gaúcho, aguarda o recebimento de testes rápidos contra a dengue há quatro meses. Os equipamentos deveriam ter sido entregues em fevereiro, quando a prefeitura lançou um conjunto de medidas de combate à doença causada pelo mosquito Aedes aegypti.
O atraso prejudica as ações contra a dengue na cidade, que soma 1.728 casos confirmados de dengue e 551 em investigação até segunda-feira (3). A maior parte dos casos são de pessoas de 40 a 49 anos. Na sexta (31), o painel da Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou duas mortes por dengue em Passo Fundo, ocorridas em maio.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, cerca de 20 mil testes rápidos deveriam ter sido entregues na última sexta-feira. A remessa vem de uma empresa de Minas Gerais, licitada pela prefeitura. Segundo o Executivo, a companhia foi notificada duas vezes pela demora e alega que o problema no transporte tem a ver com as enchentes no Rio Grande do Sul.
O prazo para a entrega dos testes rápidos de dengue é nesta segunda-feira. Se isso não acontecer, haverá uma nova notificação.
— Os testes rápidos são importantes para fazermos o levantamento epidemiológico com mais celeridade, pois o teste do Laboratório Central (via exame de sangue) só é feito a partir do sexto dia (de sintomas). Mas, independente do resultado do teste, o tratamento está indicado. Então, se o médico viu que a pessoa pode ter a doença, vai iniciar o tratamento independente do teste — disse a secretária municipal de Saúde, Cristine Pilati.
Enquanto os testes rápidos não chegam, a recomendação do Ministério da Saúde é a realização de um exame de sangue e tratamento protocolar à dengue, dependendo do caso e possíveis sintomas da doença. No momento, a orientação é que as pessoas com sintomas de dengue (febre alta, dores nas articulações e atrás dos olhos) procurem as unidades básicas de saúde do município.