
Conforme o Ministério da Saúde, cerca de 60% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados em mulheres entre os 50 e os 74 anos. Para aumentar as chances de cura, foi ampliada a faixa etária para o rastreamento ativo da doença com foco neste grupo — anteriormente, a idade limite era de 69 anos.
Exemplo disso é a professora aposentada Andrea Gaspareto, 53 anos, que sempre manteve os exames de rotina em dia. Graças ao autocuidado, ela descobriu cedo o câncer.
Andrea lembra que, em dezembro de 2021, a ecografia mamária não apontou nenhuma alteração. Mas três meses depois, em março de 2022, percebeu um nódulo no seio direito durante o autoexame.
— Logo procurei minha ginecologista e fizemos a mamografia, que indicou BI-RADS 4, sinalizando a necessidade da biópsia. No final de abril é que veio o diagnóstico: câncer de mama luminal, que vem do hormônio — conta.
Sem histórico da doença na família, o impacto emocional do diagnóstico foi intenso:
— É muito assustador porque o termo câncer parece te dar um fim. Foi um baque. Chorei, chorei mesmo. Era como se tivesse entrado em um túnel muito escuro, mas eu tinha que sair de lá. Tive muito apoio da minha família e isso dá muita força para seguir.
Desafios do tratamento
Andrea iniciou o tratamento em maio de 2022: 16 sessões de quimioterapia, seguidas de mastectomia radical com reconstrução dos dois seios. Em janeiro de 2023, ela concluiu a radioterapia, encerrando o ciclo de tratamento.
Moradora de Três Passos, na Região Noroeste, a professora percorria 118 quilômetros para realizar quimioterapia e acompanhamentos médicos em Ijuí. Além do tratamento, Andrea também focou em manter hábitos saudáveis que, segundo ela, ajudaram na recuperação: prática regular de esportes, alimentação equilibrada e vida ativa.
Hoje, curada da doença, a professora tem um novo e claro objetivo: aproveitar o tempo e as experiências com calma.
— Eu sempre digo para a minha família e para quem convive comigo: "não me apresse". Já corri demais e, talvez por isso, a gente paga um preço muito alto — afirma.
Conforme Andrea, na correria do dia a dia, às vezes as pessoas esquecem de olhar para si:
— Tem aquele ditado que diz "quem procura, acha". Sim, e quem procura acha e cura. Se a vida deu para todos motivos para chorar, eu acredito que ela dá muito mais motivos para sorrir. Essa é a vida que eu tenho hoje. Olho para as minhas cicatrizes e penso: eu venci.
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