
Por Sabrina Nazari Godoy, criadora de conteúdo
Tem casa que é bonita, mas não diz nada sobre quem mora nela. Falta alma, falta história, falta vida. Crescemos com a falsa percepção de que decorar é para quem tem dinheiro, que é caro ou que é frescura, mas, na verdade, decorar é um ato de cuidado.
Muitas vezes chegamos em casa e temos aquela sensação de que algo está faltando, mesmo com tudo em ordem, a casa parece fria, sem graça e sem vida. E isso não tem a ver com o tamanho da nossa casa, com o valor dos objetos ou com a última tendência de decoração. Tem a ver com afeto, com presença, com intenção.
O que falta é o nosso toque e a nossa energia em nossa casa, eles que trarão a sensação de pertencimento e aconchego. Aquela casa que abraça, sabe?
Quando escolhemos uma manta que traz mais conforto, uma almofada que represente a nossa personalidade, ou colocamos um arranjo, mesmo que seja simples, sobre a mesa, algo muda. Não só no ambiente, mas dentro da gente também. A casa passa a ter mais da nossa história, mais da nossa essência, e nos sentimos conectados com o ambiente, o que parece óbvio, mas é assim que conseguimos nos sentir em casa, literalmente.
Certa vez, uma amiga me disse algo que nunca esqueci: “Eu nunca tive vontade de cuidar da minha casa. Fui deixando as coisas se deteriorarem porque achava que não valia a pena.” Aquilo me fez refletir por mostrar que, quando não nos vemos no espaço onde moramos, é muito fácil perder o vínculo. Só que é justamente aí que o cuidado se faz mais necessário.
Mesmo quando nada mais é novo ou quando os móveis estão marcados pelo tempo, ainda é possível trazer vida para o ambiente. E isso começa com o olhar, com a decisão de cuidar, de fazer por você.
A decoração não é sobre seguir tendência, e vai muito além da estética. Ela pode revelar quem somos, de onde viemos e o que valorizamos. É através dela que conseguimos demonstrar que não só o ambiente, mas quem vive nele importa. Mesmo nos dias corridos, pequenos gestos podem transformar a sensação de estar em casa.
Abrir as janelas, acender uma vela, deixar a cama pronta, arrumar a mesa para o almoço da semana. A casa não precisa estar perfeita, mas ela pode ser mais acolhedora quando carrega a nossa presença.
E dentro desse contexto, eu não poderia usar exemplo melhor do que a minha avó, foi ela que me ensinou que não é preciso ter muito para demonstrar afeto através da decoração. Logo ela que tinha tudo do mais simples, móveis antigos e objetos sem luxo, mas na casa dela eu me sentia a pessoa mais amada do mundo.
Não só pela forma como ela demonstrava esse carinho, mas pelo cuidado que ela tinha em preparar a casa para nos receber. A toalha bonita na mesa, os jogos de crochê sobre os móveis ou os panos de pratos pintados à mão…
No fim, decorar é também um ato de carinho. Mais do que beleza, buscamos pertencimento. E quando colocamos afeto nos detalhes, o espaço se torna verdadeiramente nosso. Afinal, quando a casa carrega afeto nos detalhes, ela deixa de ser cenário e vira lar.
Sabrina Nazari Godoy é influenciadora de Passo Fundo e criadora de conteúdo no perfil @meuapartamento701. Entre em contato em meuapartamento701@outlook.com