A queda de granizo que atingiu Sarandi, na Região Norte, na tarde de segunda-feira (3) deixou estragos em residências, lavouras e nas ruas do município de 22,8 mil habitantes. Na manhã desta terça (4), pedras de gelo do tamanho de ovos de galinha ainda podiam ser encontradas em meio às plantações do município.
A prefeitura decretou situação de emergência. Pelo menos 500 imóveis tiveram danos estruturais e há 120 pessoas desalojadas, que estão recolhidas em casas de familiares.
— Detonou todo o telhado aqui, não sobrou nada. Acho que não sobrou um palmo sem pegar pedra. Foi a coisa mais triste do mundo, estou com quase 50 anos e nunca vi acontecer algo assim — disse o vigilante Ailton de Lima.
Ele lembra que a casa chegou a tremer devido à força das pedras. Além do telhado da residência quebrado, também teve danos em móveis e no carro, que foram atingidos pelo granizo.
— O tempo estava bom, eu estava me preparando pra trabalhar. Dali a pouco escureceu de vereda e veio um temporal. Começou com umas duas pedras, bem pouquinho, e de repente baixou o mundo. Foi um horror — conta o vigilante.
A queda de granizo começou por volta das 15h30min e durou 30 minutos. Na área rural, lavouras de trigo, milho e frutas registraram estragos.
Prejuízo no campo
A Emater ainda realiza o levantamento dos estragos. Um dos atingidos foi o vitivinicultor Arlezio Vizini, que perdeu toda a produção de uvas.
— Aqui tem uma área de 4 hectares e foi 100% de prejuízo. E não somente para esse ano, porque acaba danificando os ramos que seriam utilizados para os próximos anos de produção. Uma área dessas aqui leva cinco anos para ser recuperada — lamenta o agricultor.
Do parreiral que era sombreado e coberto de folhas, restaram apenas galhos. Agora o produtor precisará fazer uma poda radical na esperança de que novos ramos brotem para serem utilizados nas próximas safras.
Nuvens de tempestade
Conforme a Climatempo, o temporal foi causado pelo encontro de uma massa de ar quente, que elevou a temperatura no município, com uma atmosfera úmida sobre o Estado. O cenário favoreceu a formação de nuvens de tempestades, chamadas cumulonimbus, que possuem gelo em seu interior.
Depois do temporal, dois postos de saúde não funcionaram nesta terça e 11 escolas — sendo 10 municipais e uma estadual — suspenderam as aulas, sem previsão de retorno das atividades.
A Defesa Civil distribuiu mais de 10 mil metros quadrados de lona para as famílias atingidas. Não há registro de feridos.
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