
No interior de Passo Fundo, a comunidade Nossa Senhora da Paz abriga uma casa de madeira que é patrimônio histórico-cultural do município. Construída na década de 1950, a Escola Municipal Padre Vieira é uma das últimas "Brizoletas" remanescentes.
Quase 40 anos após ser tombada pela Lei n° 2.535/1989, a edificação encontra-se em condições precárias. Uma iniciativa do Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC) busca a restauração da edificação, erguida durante o mandato de Leonel Brizola — à época, governador do RS.
A política “Nenhuma criança sem escola" foi executada por Brizola entre 1959 e 1963. No total, foram 1.045 instituições distribuídas por todo o Estado.
— Na comunidade rural daqui, a escola propiciou educação para estudantes do interior, mas hoje está praticamente destruída, terá de ser reconstituída do piso ao telhado — diz a representante da Setorial de Patrimônio Material, Imaterial, Arquitetura e Urbanismo do CMPC, Gizele Zanotto.
A reforma será possível por meio de uma medida compensatória no valor de R$ 200 mil, verba que já está garantida. A reestruturação envolve instalação elétrica, sanitária e de mobiliário, a fim de tornar viável o uso do espaço no futuro.
Em 2011, a escola passou por uma revitalização parcial e chegou a ser utilizada para cursos de costura, atividades de grupos da terceira idade e para catequese. Mais tarde, o uso da casa foi descontinuado pelo município e o local ficou abandonado, sendo danificado pelo clima e por práticas de vandalismo.
Audiência pública
O destino da estrutura poderá ser debatido pela comunidade em uma audiência pública agendada pelo CMPC para o dia 22 de outubro, às 19h30min, na igreja da Comunidade Nossa Senhora da Paz.
— Entendemos que a comunidade é a principal envolvida e tem primazia em deliberar sobre o tema, por isso faremos a audiência num local próximo dos moradores. Como patrimônio tombado do município, este bem é de todos nós e todos devemos refletir sobre a situação para fazer o melhor para a Brizoleta e para a comunidade — acrescenta Gizele.
De acordo com a representante, foi discutida no passado a possibilidade de remover a escola do local, no entanto, a setorial de patrimônio defende a permanência da casa em seu local de origem.
— O ideal é não retirar nenhum bem de sua paisagem original, de onde receberam seus valores, vínculos e significados. A remoção só será pensada em último caso, ante um eventual desinteresse dos moradores da região — finaliza.
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