
Com uma população cada vez maior e envelhecendo, a violação de direitos dos idosos também ficou mais comum. Em Passo Fundo, no norte do Estado, a maior ocorrência desse tipo de crime envolve as violências familiar e financeira.
Ambos são sustentados por uma característica em comum: a falta de conhecimento da pessoa idosa, seja sobre os seus direitos ou de como se defender dos golpes praticados na internet, como explica o especialista em Direito Civil e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Roberto Gradin:
— O desconhecimento da pessoa idosa sobre as formas de se defender a deixa mais suscetível de instruir ao golpe. Precisamos, enquanto sociedade, criar meios que capacitem essas pessoas, que tirem dúvidas de conhecimento digital e que as ensinem a ter malícia das situações de golpe. A melhor forma de combater é com informação.
Foi pensando em dar suporte, acolhimento e orientação a essa população que a UPF criou o Balcão da Pessoa Idosa, com lançamento oficial previsto para quinta-feira (28). Professores e alunos do curso de Direito e Psicologia prestam atendimento com assistência jurídica e proteção dos respectivos direitos humanos.
— Hoje a pessoa idosa é alguém ativa, que produz, mas que requer atenção. A maioria dos casos que atendemos diz respeito a violência familiar, de ferir direitos patrimoniais e morais, e que a pessoa não sabe como se defender ou nem quer admitir ser vítima. Depois vêm os golpes online, que ajudamos a prevenir para que não se repitam — resume Gradin.
A situação também preocupa a nível Estado. Reportagem de GZH publicada em 5 de agosto mostrou que os casos de maus-tratos contra idosos cresceram cerca de 55% em seis anos no Rio Grande do Sul, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em 2019, foram 709, já no ano passado, foram contabilizadas 1.101 ocorrências. Em 2025, os dados disponíveis de janeiro a maio, contam 422 episódios.
Como funciona o Balcão da Pessoa Idosa
O Balcão da Pessoa Idosa da UPF atende todas as situações que envolvam atenção a conflitos com relação a questões de consumo, moradia, previdência, violência, saúde, entre outras. As equipes prestam consultoria, assistência jurídica e proteção voltada à promoção de direitos.
A depender da questão, o atendimento pode ser repassado a outros setores da UPF, como o Projur, em caso de violência contra a mulher, e o Balcão do Consumidor, em casos envolvendo os direitos deles enquanto consumidores, como explica o professor:
— Em um primeiro momento acolhemos, entendemos o problema e lemos o tipo de violência ferida. Depois disso, capacitamos para prevenir e, então, tentamos resolver, fazendo o direcionamento para área mais especializada.
Serviço
- Quem pode acessar: aberto para todo o público idoso, mediante agendamento
- Atendimento: agendado via telefone (54) 3316-8578
- Horários: às quartas-feiras a tarde, 13h30min as 17h (neste semestre)
- Local: junto ao Balcão do Consumidor (campus da UPF, no bairro São José).
Busque ajuda
Se você for uma vítima ou conhece algum idoso nesta situação, pode procurar auxílio nos seguintes canais:
- Disque 100, dos Direitos Humanos
- Telefone 197, da Polícia Civil
- WhatsApp (51) 98444 0606, também da Polícia Civil
- Telefone 181, da Secretaria da Segurança Pública.


