
Um monumento no formato de um disco voador chama a atenção em Sarandi, município de 23,3 mil habitantes do norte gaúcho. A homenagem é ao antigo tratorista e escritor Artur Berlet, que, em 1958, relatou o que teria sido sua abdução por extraterrestres do planeta Acart.
Situado em um ponto alto da Praça da Cidadania Arduíno Saretto, no bairro Vicentinos, o projeto foi criado para representar o disco voador que teria surpreendido Berlet no caminho de casa depois de trabalhar como fotógrafo em um casamento na localidade de Encruzilhada Natalino, no interior do município (leia a história abaixo).
A obra teve início em agosto de 2020 e custou cerca de R$ 157 mil. Apesar de ter sido praticamente finalizado em 2021, até esta terça-feira (24), dia em que se celebra o Dia da Ufologia, o monumento ainda não foi inaugurado oficialmente.
Além disso, a figura não tem placa com identificação, o que dificulta a compreensão de moradores e turistas.
— Esse monumento é um dos poucos reconhecimentos que tivemos e mesmo entendendo que por ser público é algo mais burocrático, fico chateado por ainda não estar pronto. Mas sigo acreditando que a cada dia estamos mais perto de ver ele concluído. O relato do meu vô levou o nome de Sarandi para o mundo — disse o neto do escritor, Alison Berlet de Almeida.

O prefeito de Sarandi, Pablo Mari (União), disse que o município já contratou uma empresa para concluir a obra. Segundo ele, equipes trabalham para finalizar o monumento ainda nesta semana.
— Nós assumimos e organizamos a conclusão do monumento. Está na etapa final e, a partir daí, organizaremos uma inauguração para homenagear a família — garante.
Quem foi Artur Berlet
A homenagem a Artur Berlet tem a ver com seu desaparecimento, em 14 de maio de 1958, e seu retorno, 11 dias depois, quando relatou uma história cheia de detalhes sobre como conheceu outro planeta depois de ser abduzido e trazido de volta à Terra por extraterrestres.
À época, Berlet trabalhava como tratorista na localidade essencialmente agrícola. Seu relato está no livro Os Discos Voadores — da utopia à realidade: narrativa de uma real viagem a outro planeta, de 422 páginas, escrito à lápis dias depois de seu retorno.
Na narrativa, o homem conta que a abdução aconteceu enquanto ele voltava para casa, por volta das 19h, após trabalhar como fotógrafo em um casamento na localidade de Encruzilhada Natalino, na zona rural do município.

Berlet escreveu que andava na estrada de terra quando viu uma luminosidade muito intensa a cerca de 200 metros. Foi então que ele pulou uma cerca e viu dois pratos sobrepostos, até que um facho de luz foi direcionado aos seus olhos. Depois disso, conta que só recobrou a consciência quando já estava no planeta Acart, onde permaneceu por vários dias até voltar à Terra.
No livro, Artur relata detalhes sobre a civilização "acartiana" e sua posição extremamente pacífica, onde as armas eram somente defensivas pois eles já não entravam mais em conflitos ou guerras. O livro foi doado ao Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência pela família de Berlet em 2001.

No conteúdo das páginas, Berlet relatou uma sequência de tecnologias que a humanidade desconhecia à época. Em 1958, antes mesmo do homem ir à Lua, ele relatou que o planeta Acart funcionava com energia solar, detalhando as placas solares, e tinha "tonéis voadores" como meio de transporte.
Em 1968, a narrativa de Artur Berlet virou um livro patrocinado pelo Dr. Walter Biller, famoso ufólogo alemão que morava no Rio de Janeiro. O título Os Discos Voadores — da utopia à realidade: narrativa de uma real viagem a outro planeta foi lançado pela primeira vez pela editora A Região em 1967.
Berlet morreu em 1994, após enfrentar um câncer.