
O trecho de 68 quilômetros não asfaltado da BR-153, conhecida como Transbrasiliana, entre Passo Fundo e Erechim, no norte gaúcho, entrou na lista de prioridades da bancada gaúcha para 2026.
A demanda foi a mais votada pelos senadores e deputados gaúchos na noite de terça-feira (4), com 18 de 34 votos. Com a escolha, eles destinarão emendas parlamentares para tirar a obra do papel depois de mais de 50 anos de espera.
O montante foi uma condição estabelecida pelo ministro de Transportes, Renan Filho, ao grupo que reúne líderes do norte gaúcho, de cidades como Passo Fundo e Erechim, em favor da pavimentação da rodovia, um movimento que vem desde janeiro.
Neste ano, o Ministério de Transportes aprovou o projeto da obra e, em reunião, Renan Filho acenou que havia disposição para a pavimentação desde que a bancada gaúcha tivesse votos suficientes para incluir a demanda no orçamento da União em 2026.
Com a garantia dessas emendas — e se não mudarem os planos do Ministério —, a expectativa é que a obra seja licitada até abril do ano que vem.
Por que isso importa
É um passo importante para a região. A pavimentação da Transbrasiliana é uma demanda de meio século e o asfaltamento deve ajudar a desafogar a RS-135 e reduzir em 13 quilômetros a distância entre Passo Fundo e Erechim.
O trecho é o único não asfaltado da BR-153, a quinta maior rodovia do país, que vai de São Domingos do Araguaia (PA) até o município gaúcho de Aceguá.
Neste ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já havia aprovado investimento de mais de R$ 580 milhões para a obra, mas faltava o aceno político para de fato tirar o projeto do papel, o que parece ter acontecido agora.
O ceticismo é importante nesse caso — afinal, é uma obra aguardada há mais de 50 anos —, mas não se pode esquecer que trata-se do passo mais importante (e efetivo) dado até agora pela pavimentação da Transbrasiliana. Nos bastidores está um grupo que inclui prefeituras e pelo menos 50 entidades de Passo Fundo e Erechim, em pressão ao Congresso e ao governo federal. Aguardemos abril de 2026.
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