
De repente, Não-Me-Toque, no norte gaúcho, ficou parecido com Belém do Pará na COP30: os preços cobrados pelas diárias de hotéis escalaram drasticamente para quem busca por um lugar para ficar durante a Expodireto, marcada para 9 a 13 de março de 2026.
A coluna identificou um salto nos preços por hospedagens em hotéis — movimento causado, especialmente, pela alta demanda e número restrito de quartos. O valor também é mais alto para quem busca por Airbnb, por exemplo.
Em um orçamento ao qual a coluna teve acesso, um hotel de Não-Me-Toque cobrou R$ 15 mil por cinco diárias entre os dias 8 e 13 de março — ou R$ 3 mil por dia tanto para quarto triplo quanto para quarto duplo.
O valor supera a média cobrada em resorts all inclusive em praias como Santinho (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Porto de Galinhas (PE). No ano passado, os cinco dias no mesmo hotel de Não-Me-Toque saíram por cerca de R$ 5 mil.
Em outro estabelecimento, também de Não-Me-Toque, a diária fica por R$ 1.632 nos quatros individuais ou duplos — o que totaliza mais de R$ 8 mil para os cinco dias de feira. Nos dois casos, as diárias para quartos triplos, por exemplo, gira em torno de R$ 440 e R$ 510 no período em que não há Expodireto.
Hotéis em Carazinho e Passo Fundo já nem informam mais os preços — a maioria está com lotação esgotada para a Expodireto, com empresas que já reservam os quartos com pelo menos um ano de antecedência. Em alguns casos, há lista de espera em caso de desistência:
— Mas é raro. Dificilmente alguém cancela porque sabe que já não vai conseguir mais nada depois — disse um dos atendentes nos hotéis da cidade.
Também há quem busque Tapera e Lagoa dos Três Cantos para ficar — tanto em hotéis quanto em motéis. Em outros casos, moradores de Não-Me-Toque saem das próprias casas para alugá-las aos hóspedes durante a Expodireto. Em plataformas como Airbnb, o preço médio cobrado por cinco diárias é de R$ 3,5 mil entre 9 e 13 de março, enquanto a mesma quantidade de dias, mas em novembro, fica na média de R$ 1,4 mil.
Lei da oferta e demanda
Os valores das hospedagens têm a ver com um conceito básico na economia: quanto menor a oferta e maior a demanda, mais alto o preço. Na feira de 2024, mais de 370 mil pessoas passaram pelo parque nos cinco dias — a Cotrijal optou por não informar os dados na edição de 2025.
Ainda que nem todos fiquem hospedados no município, que tem menos de 20 mil habitantes, a estrutura hoteleira ainda não absorve a alta demanda que inflama a cidade naquele período do ano.
O que intriga é o aumento no valor de um ano para o outro mesmo que a feira mantenha o mesmo tamanho do ano passado — a ampliação do parque, que deve permitir a entrada de 180 expositores a mais, ficará para 2027.
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