
Em 2026, a receita orçamentária consolidada de Passo Fundo deve se aproximar de R$ 1,4 bilhão — o maior índice da história do município. A projeção é do economista Julcemar Zilli, a pedido da coluna, e leva em conta o contexto financeiro e o crescimento do orçamento municipal nos últimos 20 anos.
A estimativa do economista tem 95% de confiança e aponta que a receita do município — que inclui a prefeitura, Câmara e autarquias — vai crescer 8,79% em 2026, chegando a R$ 1.388.900.000,00. Nos últimos 20 anos, a média de crescimento foi de 11,85%.
Por que isso importa? Anualmente, os municípios estimam o orçamento para o próximo ano. Em geral, as receitas reais chegam bem perto das estimativas. Quanto maior o orçamento, mais dinheiro para o poder público investir em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação.
O que alavanca os números
A projeção leva em conta a arrecadação de impostos que vão para o município, como ISS, IPTU e ITBI. Mas o dinheiro que vem por esses canais não é gerado ao longo de 2025, e sim nos dois anos anteriores. Por isso, para chegar a R$ 1,4 bilhão, é preciso que as empresas que já atuam desde 2023, pelo menos, cresçam na faixa de 8% a 10%, engordando também o seu pagamento de tributos.
Na prática, grandes investimentos gerados agora, como a usina de etanol da Be8, por exemplo, só começarão a refletir no orçamento municipal de 2027 — e não necessariamente no ano que vem. O que interfere agora é a produção financeira dos anos de 2023 e 2024.
Ainda assim, há potencial de chegar a R$ 1,4 bilhão pelo fato de que a economia de Passo Fundo cresce de forma significativa em relação a outros municípios, especialmente nos setores de serviços e construção civil.
— Além disso, temos a segunda maior balança superavitária do RS, em especial por causa das exportações do complexo soja e do sistema educacional, que começa a se recuperar. Tudo isso infla o processo de geração de impostos e garante mais recursos orçamentários ao poder público — analisou Zilli.
O que acontece agora?
A confirmação de que a receita orçamentária consolidada de Passo Fundo chegará, de fato, a R$ 1,4 bilhão só vem com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deve ser entregue pela prefeitura à Câmara até 30 de junho.
O trâmite acontece junto com o Plano Plurianual (PPA), mecanismo que prevê as metas orçamentárias para os próximos quatro anos.
Mais tarde, até 30 de setembro, se decide sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA), que define o destino das receitas e despesas do ano seguinte. Tudo depende da aprovação da Câmara.
Para comentários, dúvidas e sugestões de pauta entre em contato através do e-mail julia.possa@gruporbs.com.br.