
Em expansão, o setor do turismo rural gaúcho ganhou ainda mais destaque na 25ª Expodireto Cotrijal. Com programação intensa na parcela da Emater/RS-Ascar sobre o ramo, empreendedores puderam apresentar oficinas para incentivar fontes de renda alternativas.
De acordo com a turismóloga da empresa, Natália Salvate Brasil, o setor despontou durante a pandemia, quando as opções de lazer se tornaram mais restritas e as áreas rurais ofereciam a possibilidade de distanciamento.
— Quando as coisas estavam um pouco mais confortáveis, a gente tinha entendido mais a questão da pandemia, o turismo rural começou a se despontar como uma opção de passeio, de atividade turística naquele contexto, por ser uma atividade ao ar livre. Isso fomentou e impulsionou esse setor no meio rural — lembra.
Um sonho que se concretizou durante a pandemia, o motorhome do empresário Cristiano Sanini, de Carazinho, tornou-se o principal negócio da família. Hoje com quatro veículos na frota, Sanini aluga os motorhomes para quem busca se aventurar com conforto e a demanda mais comum é para destinos da área rural.
— Com o motorhome você não fica preso a um lugar e tem e flexibilidade de mudar o destino no meio do caminho. A tecnologia evoluiu muito, não precisa ficar atrelado a campings, e depois da pandemia cresceu a demanda para usar os veículos principalmente no turismo rural — diz.
Os motorhomes oferecem uma estrutura completa com cama, banheiro, chuveiro e cozinha, montados de maneira compacta dentro do veículo.

Quem busca lugares mais retirados e em meio à natureza, a locação do automóvel é uma opção para não abrir mão de um ambiente estruturado.
— Na correria do dia a dia, as famílias optam por alugar aos finais de semana e aí, além de viver a experiência do motorhome, eles vão para a área rural, levar as crianças e desligar da rotina, curtir os animais, entretenimentos que estão cada vez mais disponíveis no interior gaúcho — afirma o empreendedor.
Economia alternativa
Uma alternativa de fonte de renda que também ganha espaço, principalmente entre as mulheres do meio rural, é a arte das kokedamas.
A técnica japonesa de manejo de plantas é uma opção fácil de aprender e de comercializar. A extensionista rural social Franciane Covaleski diz que a produção se alia ao bem-estar.
— Tem pessoas que aprendem a fazer para decorar sua própria casa ou presentear os amigos, e tem pessoas que já pensam em fazer para comercializar. É uma ótima opção, a gente conta com o apoio da rede social, que hoje em dia facilita divulgar — afirma.

As kokedamas são traduzidas literalmente como "bolas de musgo" e carregam uma história milenar e originária do Japão. Foram criadas como opção mais barata do que os bonsais, que tinham vasos de porcelana e manejo de alto custo.
— São oportunidades de negócio que geram renda complementar também para a agricultura familiar e isso pode ser muito favorável para a economia do nosso Estado — completa a turismóloga.