Por Marcelo Matias, presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers)
O Dia do Médico, 18 de outubro, é marcado por homenagens e carinho. Já o dia a dia dos médicos, nem sempre. Se na nossa data recebemos aplausos, no restante do ano enfrentamos, muitas vezes, estruturas precárias e falta de condições adequadas para trabalhar.
No dia a dia, não raro, médicos são alvo de violência dentro do ambiente de trabalho, justamente quando deveriam contar com segurança e respeito. No dia a dia, há atrasos de pagamentos que fragilizam o exercício profissional. No dia a dia, multiplicam-se pressões por abertura de novas escolas médicas sem estrutura mínima para formar profissionais com qualidade, um risco para toda a sociedade.
Essas situações revelam a distância entre a celebração e a realidade. E nos lembram de algo essencial: valorizar os médicos é também garantir condições dignas de atendimento para toda a população.
Essas situações revelam a distância entre a celebração e a realidade
Neste Dia do Médico, recebemos com gratidão todas as manifestações de carinho. Elas nos comovem, nos tocam e nos motivam a trabalhar cada vez mais para que esse reconhecimento ultrapasse a data simbólica e esteja presente em cada plantão, em cada consulta, em cada relação de trabalho, em cada novo médico que conquista o seu diploma. Podem ter certeza: as dificuldades não ofuscam o orgulho de servir e o amor pela nossa missão. Nos primeiros meses de gestão, já conseguimos avanços importantes para os médicos gaúchos: garantimos o pagamento de honorários atrasados em diversas cidades, como Camaquã e São Gabriel; obtivemos vitórias judiciais, como o pagamento retroativo a médicos de Pelotas que estavam sem receber. E não podemos deixar de falar do Observatório da Violência contra Profissionais da Saúde, para monitorar casos e propor soluções. Que o desejo de um feliz Dia do Médico se transforme, logo, em um melhor dia a dia dos médicos. Não faltará ao Simers coragem para defender e gestão para avançar.

