Por Alessandra Bergmann, jornalista e especialista em valoração feminina
No dia 15 de outubro celebramos o Dia Internacional da Mulher Rural. Mas afinal, quem é essa personagem? Ao longo de 25 anos de profissão – entre reportagens, assessorias e palestras – testemunhei uma profunda transformação: de cuidadora utilitária a protagonista de seus próprios negócios. Esse avanço está diretamente ligado ao uso da inteligência feminina.
Durante muito tempo, a gestão no campo seguiu um modelo linear e racional, focado em resultados imediatos – reflexo do padrão masculino tradicional. Mas os desafios atuais, como sustentabilidade, inovação tecnológica, sucessão familiar e diversidade, exigem mais do que lógica e números. É nesse cenário que a inteligência feminina surge como diferencial competitivo.
Um bom exemplo vem das feiras agropecuárias. Do setor de máquinas às pistas de pecuária e aos estandes da agricultura familiar – onde mais de 50% das agroindústrias são lideradas por mulheres e jovens no Rio Grande do Sul –, elas ocupam posições estratégicas e aplicam, de forma natural, as qualidades da inteligência feminina.
Esse avanço está diretamente ligado ao uso da inteligência feminina
Todos temos características da inteligência feminina, independentemente do gênero. E o agro precisa usufruir mais dessas habilidades. Aliás, o mundo precisa se abrir a esse modo de pensar, que dialoga com o conceito da liderança Shakti – filosofia oriental que integra sensibilidade e estratégia, unindo razão e emoção para promover liderança.
No campo, essas ferramentas são mais acessíveis do que se imagina. A intuição permite antecipar movimentos de mercado antes que os números mostrem; a empatia fortalece a gestão de equipes e famílias; e a criatividade estratégica transforma desafios climáticos e econômicos em oportunidades.
Essa virada já é visível em empresas familiares que passam pela sucessão feminina ou em cooperativas que valorizam a diversidade de olhares para decisões estratégicas. A inteligência feminina não é apenas inclusão: é vantagem competitiva. Liderar com equilíbrio é o que diferenciará quem apenas produz de quem realmente prospera.


