Por Antônio Vinicius Amaro da Silveira, desembargador e presidente do Conselho de Tecnologia e Inovação do TJRS, e Ricardo Torres Hermann, desembargador e coordenador do Comitê de Governança de Segurança da Informação do TJRS
O Poder Judiciário do RS vive uma realidade desafiadora: cerca de 8 mil novos casos chegam diariamente para apreciação por menos de mil magistrados. Essa disparidade entre demanda e capacidade de atendimento não apenas dificulta uma maior agilidade, mas toca a essência do princípio fundamental de que justiça tardia não é justiça.
A expansão de prédios e o aumento no número de servidores e magistrados, por si sós, não são suficientes. A resposta estratégica racional está no uso de tecnologias, em especial, da inteligência artificial (IA). Essa ferramenta de apoio surge para otimizar fluxos de trabalho e trazer maior celeridade aos trâmites, reduzindo o tempo de resposta. Isso permite que os magistrados tenham melhor gerenciamento e validação das ações tecnológicas, jamais renunciando à responsabilidade decisória.
Para viabilizar essa transformação, o Tribunal de Justiça do Estado do RS (TJRS) já conta com uma base sólida: 100% dos processos tramitam de forma eletrônica na plataforma eproc, cujos dados estão armazenados em ambiente de nuvem, o que habilitou o uso das tecnologias mais modernas, entre as quais, as IAs. E, para acompanhar todo esse desenvolvimento tecnológico, há um amplo programa de capacitação, garantindo o uso responsável das ferramentas.
Um passo decisivo em direção a um futuro mais célere, eficaz e altamente humanizado
Neste dia 12 de junho, serão apresentadas seis novas soluções para a plataforma Gaia, do TJRS, voltadas a tarefas jurisdicionais e administrativas, juntamente com um amplo programa de formação para mais de mil magistrados e 10 mil servidores — alinhado às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça sobre segurança e ética. As funcionalidades visam automatizar rotinas burocráticas, organizar documentos, sugerir precedentes e identificar padrões, sempre sob supervisão do magistrado.
No paradigma tecnocientífico contemporâneo, instituições que não incorporam inovações tecnológicas enfrentam o risco de parar no tempo. O TJRS, ao investir em soluções de ponta, reafirma seu compromisso com uma justiça cada vez mais ágil, resolutiva e inclusiva. E ao equilibrar eficiência tecnológica e compromisso humano, dá um passo decisivo em direção a um futuro mais célere, eficaz e altamente humanizado.