Por Augusto Martinenco, gerente de Competitividade Setorial do Sebrae RS
Um ano se passou desde a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. E, embora os sinais de recuperação existam, a retomada dos pequenos negócios, um dos motores da economia gaúcha, ainda não está completa. É o que revela a Pesquisa de Impacto 2025 — Eventos Climáticos, conduzida pelo Sebrae RS com empreendedores de regiões atingidas.
De acordo com o levantamento, apenas 46% das empresas afetadas já operam normalmente. Grande parte ainda caminha em ritmo de reconstrução. Por outro lado, há os que não conseguiram retomar as atividades. O estudo escancara os prejuízos e as dificuldades, mas também demonstra a resiliência e a força dos empreendedores gaúchos. Mesmo com perdas de estoque, estrutura e clientes, muitos continuam firmes, movidos por um espírito de reconstrução que ultrapassa os limites físicos das cidades.
Além das perdas materiais, o impacto emocional e estratégico também é evidente
Ao observar esses dados, é inevitável refletir sobre a força dos pequenos negócios e a sua capacidade de impulsionar a reconstrução de um Estado cuja economia se mostra historicamente resiliente. Mais do que estatísticas, esses números apontam para uma jornada coletiva, que nós, enquanto sociedade e instituições de apoio, seguimos trilhando junto aos empreendedores.
Além das perdas materiais, o impacto emocional e estratégico também é evidente: os relatos demonstram a dificuldade para conquistar novos clientes, bem como a necessidade de reorganizar a gestão e de adotar medidas preventivas para desastres futuros. Ou seja, o processo de reconstrução precisa ir além da infraestrutura, exigindo apoio técnico, financeiro e emocional.
A resposta empreendedora é uma demonstração de coragem e persistência, mas resiliência sozinha não basta. São necessários esforço contínuo de políticas públicas, suporte institucional e solidariedade para garantir que esses negócios, e as comunidades que dependem deles, possam não apenas sobreviver, mas voltar a prosperar.