Por Cláudio Feoli, comandante-geral da Brigada Militar
A violência contra a mulher é um desafio coletivo que exige ações em todos os níveis da sociedade, dos âmbitos doméstico e social até o governamental. Nesse contexto, a Brigada Militar (BM) atua de forma decisiva dentro da estratégia transversal do governo do Estado para proteger as mulheres e combater os feminicídios.
Em maio, a Segurança Pública e a Saúde firmaram cooperação para a troca de registros de violência de gênero. A iniciativa aumenta a capacidade do Estado de integrar esforços e preparar políticas públicas. Para a BM, o intercâmbio permite cruzar e gerir dados e evidências para a formulação das estratégias de prevenção e policiamento.
O programa Monitoramento do Agressor, que completa dois anos, é mais uma política transversal do Estado para proteger as vítimas. O monitoramento em tempo real possibilita à BM intervir junto aos agressores e minimizar possibilidades de risco às mulheres.
As estratégias governamentais ganham força com o engajamento da sociedade
A BM também integra a estratégia com o programa Patrulha Maria da Penha (PMP). Desde 2012, as PMPs acompanham mulheres vítimas de violência que possuem medidas protetivas expedidas. O serviço é realizado por equipes com PMs especializados. Desde o início, mais de 200 mil vítimas já foram acompanhadas. Atualmente, são cerca de 12,3 mil, com mais de 10 mil ingressos neste ano.
A ampliação da capacidade de atendimento e a especialização do efetivo são imperativos também na entrega do apoio imediato (na hora em que a vítima mais precisa). Assim, desde 2022, incluímos nos cursos de formação disciplinas sobre violência contra a mulher. Já são mais de 2,7 mil PMs qualificados e seguimos ofertando uma média de 500 vagas/ano no curso de Especialização em Enfrentamento à Violência Doméstica.
Mas, por trás de toda a articulação do Estado e da BM, as estratégias governamentais ganham força com o engajamento da sociedade. O apoio e a vigilância de familiares, amigos e vizinhos são essenciais: denunciar, apoiar e acreditar na vítima são atitudes que salvam vidas. Ao menor sinal de violência, liguem 190.