Por Melina Moraes Schuch, superintendente de Estratégia e Mercado do Hospital Moinhos de Vento
Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a maior tragédia climática de sua história. As enchentes que devastaram o estado impactaram mais de 2,3 milhões de pessoas e deixaram um rastro de destruição que exigiu respostas rápidas, organizadas e comprometidas. Em meio à mobilização nacional — e até internacional — que se formou, o Hospital Moinhos de Vento, por meio de seu pilar social, o Instituto Moinhos Social, esteve entre as instituições que atuaram com agilidade e responsabilidade. Demonstramos que, mais do que excelência técnica, as organizações de saúde precisam exercer também sua vocação para o cuidado — especialmente nos momentos mais críticos da vida das pessoas.
A atuação foi abrangente e estratégica. Equipes multidisciplinares prestaram atendimento médico em abrigos de cidades severamente atingidas e também ofereceram consultas gratuitas por telemedicina. Profissionais de saúde mental apoiaram voluntários e equipes da linha de frente. Mais de 150 toneladas de doações foram arrecadadas e distribuídas, com apoio de empresas parceiras, voluntários e da ativação do heliponto do hospital.
Uma das ações mais simbólicas foi a campanha "De Volta ao Lar", que distribuiu vouchers de R$ 2.500 para famílias em situação de vulnerabilidade. O projeto foi viabilizado por doações da sociedade civil e eventos beneficentes, além de um bazar solidário promovido pelo Instituto.
A resposta do Hospital Moinhos de Vento às enchentes mostra como o setor privado pode — e deve — exercer responsabilidade social de forma estruturada, sensível e técnica. Em vez de ações pontuais, criamos um ecossistema de cuidado baseado em infraestrutura, conhecimento, parcerias e engajamento comunitário. Mais do que números, reafirmamos um propósito: cuidar das pessoas com excelência, empatia e presença ativa.
Acreditar em saúde, dignidade e justiça como direitos de todos é o que nos move
Diante de um cenário marcado por crises climáticas, desastres ambientais e desigualdades acentuadas, a experiência do Moinhos de Vento deixa uma mensagem clara: recomeçar é mais do que reconstruir casas — é reconstruir vínculos, dignidades e futuros. E isso só é possível com escuta, coordenação e compromisso coletivo. O futuro da saúde no Brasil exige essa visão ampliada e integrada do cuidado - e estamos prontos para seguir contribuindo com ela.
O Instituto Moinhos Social é uma iniciativa jovem — com menos de cinco anos desde sua fundação —, mas já carrega a força de quem sabe exatamente a que veio. É gigante na essência, porque nasce do mesmo propósito que há quase um século orienta o Hospital Moinhos de Vento: cuidar das pessoas. Sua força motriz é a transformação. Transformação de realidades, de trajetórias, de futuros. Porque acreditar em saúde, dignidade e justiça como direitos de todos é o que nos move — e seguirá movendo, com coragem e humanidade, cada novo passo que damos.