O alcance do plebiscito que a Assembleia Legislativa inviabilizou ontem para este ano era muito superior ao da mera privatização ou federalização de três estatais gaúchas que, objetivamente, não têm mais razões para continuar sendo geridas pelo Estado. Se a verdadeira queda de braço travada entre oposicionistas e governistas não tivesse impedido a redução do prazo legal, impossibilitando a consulta, o que os eleitores gaúchos teriam a oportunidade de decidir em 7 de outubro é como e onde pretendem ver atuando um poder público endividado e carente de recursos. Isso significaria uma definição clara pela continuidade da atuação do Estado em áreas como a energética, de mineração e de gás, ou por um uso mais racional dos poucos recursos disponíveis em questões que são de fato prioridade do poder público.