Fala-se muito da falta do "não" e de limites na infância. E, de fato, eles faltam assiduamente. Difícil dizer "não" para uma criança. As razões são muitas e às vezes distantes no tempo suficiente para alcançar a geração precedente que pode ter sido desafinada neste quesito e repassa, compensando, para quem vem. Também, porque as crianças vêm ao mundo por razões menos nobres do que costumamos atribuir a esta vinda e incluem realizar desejos que os pais não realizaram. Um deles costuma ser o acesso a uma existência sem frustrações. Idílica, paradisíaca e, aí, nada de "não". Sua majestade, a criança, recebe a coroa que nunca tivemos e agora teremos através dela. Carecemos de "nãos" e de limites igualmente por razões culturais de uma sociedade muito afeita a drogar-se e pouco afeita a frustrar-se, ou seja, a ouvir "não".
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