Francisco Marshall
E afinal os mortos-vivos atravessaram o muro, mas isso não é Game of Thrones, é Porto Alegre, Brasil, 2017. Invadiram o Museu e mutilaram o espaço em que a inteligência, o engenho e a serenidade podem assegurar a civilização. É incalculável o preço desse ataque de zumbis e dessa rendição ignominiosa, sintomas dos tempos duríssimos que estamos vivendo, em que crescem mobilizações maníacas nutridas por ignorância, em cruzada moralista antipolítica. O nome deste tipo de barbárie é fascismo, e começa com um megafone agredindo oponentes para culminar com brucutus intimidando visitantes do Museu, com robôs semeando discórdia nas redes, e com destruição objetiva da Arte; emergem das sarjetas odiadores sentenciosos, autoimaginados como limpinhos no mesmo ato em que se constituem como grau máximo da imundície – a burrice cultural e a intolerância agressiva.
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