
Laudo do Instituto-Geral de Perícias aponta a presença de Midazolam no corpo do menino Bernardo. A informação foi divulgada pela delegada responsável pelas investigações Caroline Bamberg Machado durante entrevista coletiva em Três Passos. A substância é usada para indução e manutenção de anestesia.
"Uma coisa que nós podemos passar é que os laudos periciais que chegaram até nós foi de que ele não foi enterrado vivo. Outra coisa também que foi repassada é que no corpo do Bernardo foi encontrada a substância Midazolam. Isso restou comprovado. Nós não podemos falar em que parte do corpo foi encontrada, mas que foi encontrada essa substância", destaca a delegada.
Segundo a delegada, ainda não há confirmação se essa substância foi a responsável pela morte de Bernardo ou se ela foi usada antes de o menino ser morto. Caroline Bamberg Machado reafirmou que o depoimento de Edelvânia Wirganovicz foi feito dentro da legalidade. Para o advogado da assistente social, o depoimento não pode ser considerado, porque ela foi ouvida sem a presença de um defensor. A delegada disse ainda que neste momento o inquérito está na fase de individualizar a participação de cada um no crime.
Estão presos o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e assistente social Edelvânia Wirganovicz. Mais de cem pessoas foram ouvidas desde o início das investigações. A Polícia Civil ainda aguarda alguns laudos técnicos para encaminhar o relatório. A delegada espera concluir o inquérito dentro do prazo legal de 30 dias, mas não descarta pedir prorrogação, caso haja necessidade. Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi encontrado morto no interior de Frederico Westphalen em 14 de abril.
Entenda o caso
Bernando Uglione Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.
O pai chegou a afirmar que o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4, quando teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Bernardo deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu.
Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal. Em entrevista coletiva, a delegada Virgínia Bamberg Machado, responsável pelo caso, afirmou não ter dúvidas do envolvimento dos três na morte de Bernardo.