O tufão Kalmaegi deixou mais de 90 mortos nas Filipinas, segundo os dados compilados pela AFP nesta quarta-feira (5), enquanto moradores começavam a avaliar os danos em seus negócios e residências, devastados pela inundação.
— As grandes cidades foram atingidas pelas cheias, as áreas mais urbanizadas — informou a uma rádio local o vice-diretor da Defesa Civil, Rafaelito Alejandro.
Um porta-voz do governo da província de Cebu, a mais afetada, disse que foram recuperados 35 corpos em um vilarejo inundado no litoral, o que elevou o balanço provisório na região para 76 mortos.
A Defesa Civil Nacional confirmou 17 mortes em outras regiões, aumentando para 93 o número total de falecidos.
— A água já baixou. Nosso desafio agora é remover os escombros que bloqueiam nossas estradas — disse Alejandro.
Jornalistas da AFP conversaram na manhã desta quarta-feira com moradores que limpavam as ruas, que, na véspera, pareciam rios. Carros, caminhões e contêineres foram arrastados pela água barrenta, segundo vídeos verificados pela agência.
— A enchente aqui foi muito severa ontem (terça-feira) — disse Reynaldo Vergara, 53 anos. — Por volta das 4h ou 5h, a água era tão forte que você não conseguia sair. Nunca houve nada parecido.
Nas 24 horas anteriores à chegada do Kalmaegi, a área ao redor da Cidade de Cebu registrou 183 milímetros de chuva, acima da média mensal de 131 milímetros, informou à AFP a meteorologista Charmagne Varilla.
"A situação em Cebu não tem precedentes", afirmou a governadora provincial Pamela Baricuatro, no Facebook. "Esperávamos que os ventos representassem o perigo, mas (...) é a água que realmente coloca nossa população em risco. As águas são devastadoras", acrescentou.
As Filipinas enfrentam tufões e tempestades todos os anos, em particular em áreas propensas a desastres, onde milhões de pessoas vivem em condições de pobreza. Cientistas alertam que os fenômenos são cada vez mais frequentes e potentes devido às mudanças climáticas.




