
Em meio à tensão com os Estados Unidos, a Venezuela reforçou a presença de militares em áreas próximas à fronteira com a Colômbia. Na quinta-feira (16), novo ataque norte-americano deixou feridos em embarcação no Caribe.
A mobilização militar norte-americana é considerada por Caracas como uma "ameaça" e, em resposta, Nicolás Maduro ordenou exercícios com milhares de militares no país.
Além disso, as autoridades dos estados de Táchira e Amazonas anunciaram na quinta-feira (16) patrulhas e procedimentos de controle em passagens de fronteira com a Colômbia.
Em Táchira, onde ficam as três principais pontes que ligam a Venezuela à Colômbia, os militares foram mobilizados ao redor da Ponte Internacional Simón Bolívar, que liga as cidades colombianas de Cúcuta e Villa del Rosario à venezuelana San Antonio.
No estado do Amazonas, que também faz fronteira ao sul com o Brasil, os militares receberam ordens para proteger as "empresas estratégicas" e "serviços básicos".
A Venezuela também reforçou a presença militar em zonas costeiras, como Nueva Esparta, Sucre e Delta Amacuro, estados próximos a Trindade e Tobago.
Tensão
Os Estados Unidos mantêm desde agosto uma operação "antidrogas" com vários navios de guerra em águas internacionais do Caribe, perto da costa venezuelana, e efetuou vários ataques contra pequenas embarcações de supostos "narcoterroristas. Desde então, 27 pessoas morreram.
Donald Trump acusa Nicolás Maduro de ter vínculos com o narcotráfico e anunciou na quarta-feira que autorizou operações da CIA contra a Venezuela. O presidente venezuelano atribui as acusações a um plano dos Estados Unidos para buscar uma "mudança de regime" e assumir o controle das amplas reservas de petróleo do país.
Suposta negociação
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, desmentiu na quinta-feira que teria negociado com o governo dos Estados Unidos a suposta saída de Maduro do poder.
O jornal norte-americano Miami Herald publicou que Delcy e seu irmão, Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento, tentaram negociar com Washington a saída de Maduro em troca de permanecerem no poder.
Segundo o jornal, durante o diálogo com mediação do Catar, os irmãos supostamente argumentaram não ter envolvimento com o narcotráfico e que poderiam assegurar uma transição que preservaria a estabilidade política.
A vice-presidente Rodríguez negou a informação do jornal de Miami. "FAKE!! Outro veículo de comunicação que se junta ao lixão da guerra psicológica contra o povo venezuelano", escreveu no Telegram.
A mensagem era acompanhada por uma foto ao lado de Maduro com a legenda: "Juntos e unidos ao lado do presidente Maduro".
O almirante norte-americano Alvin Holsey, responsável por supervisionar os ataques dos Estados Unidos contra supostas embarcações do narcotráfico no Caribe, anunciou na quinta-feira que deixará o posto depois de ficar apenas um ano no cargo.





