
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou no parlamento de Israel, onde chegou nesta segunda-feira (13) após a libertação dos últimos reféns vivos pelo grupo islamista Hamas. Ele foi recebido pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, no Aeroporto Internacional Ben Gurion, próximo a Tel Aviv.
— Isso não é apenas o fim da guerra, é o fim de uma era de terror e morte e o início de uma era de fé e esperança — disse Trump. — É o amanhecer histórico de um novo Oriente Médio.
Ele também agradeceu o trabalho do enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Steve Witkoff, e do secretário de Estado americano, Marco Rubio, entre outros membros de seu governo. O discurso chegou a ser interrompido por conta de um protesto de parlamentares, que foi rapidamente contido.
— Nós não vamos entrar em guerra, mas se nós entrarmos, nós vamos vencer de uma maneira que ninguém fez antes. Nós não vamos ser politicamente corretos, como Bibi (Netanyahu) mencionou antes, paz através da força — afirmou o republicano. — Os Estados Unidos têm o maior e mais poderoso departamento militar no mundo, nós temos armas que ninguém nunca sonhou ter, eu espero não ter de usá-las.
Trump ainda acrescentou que o país deu muitas armas a Israel e que Netanyahu soube usá-las muito bem. Ele comentou que serão necessários muitos recursos para reconstruir Gaza e devolver a dignidade ao povo do território.
— Eu quero agradecer às nações árabes e muçulmanas pelo compromisso que assumiram de reconstruir Gaza — ressaltou, acrescentando que muitas delas estarão no comitê pela paz que se reunirá no Egito.
A devolução dos israelenses sequestrados em outubro de 2023, quando teve início a guerra entre Israel e Hamas, faz parte do acordo de cessar-fogo proposto por Trump e assinado pelas partes na última quinta-feira (9).
Antes do discurso do presidente americano, Netanyahu também se dirigiu ao parlamento, agradecendo Trump por seus esforços, assim como Witkoff. Ele lembrou como se desencadeou a guerra contra o Hamas e dos soldados perdidos nos conflitos do país.
— O Estado de Israel se curva em eterna gratidão aos heróis que caíram. Por causa desses heróis, nossa nação vai sobreviver, por causa desses heróis, nossa nação vai prosperar — afirmou o primeiro-ministro. — Há duas semanas, você conseguiu um milagre. Você conseguiu algo que ninguém acreditava ser possível, você uniu a maior parte do mundo na sua proposta para libertar os reféns e acabar a guerra.
Nas próximas horas, o presidente dos Estados Unidos irá se reunir com familiares de reféns. Trump falou rapidamente com jornalistas enquanto caminhava para o parlamento de Israel:
— Esse é um grande dia, um novo começo. A guerra acabou.
Cúpula pela paz
O mandatário americano e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, irão presidir uma cúpula pela paz em Gaza. O encontro será realizado na cidade turística de Sharm el-Sheikh e reunirá "líderes de mais de 20 países", informa o gabinete do presidente egípcio.
Um "documento que encerra a guerra na Faixa de Gaza" será assinado durante o evento, informa o ministério das relações exteriores egípcio em comunicado. O secretário-geral da ONU, António Guterres, confirma a sua presença, assim como o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a sua contraparte italiana, Giorgia Meloni, e o chanceler alemão, Friedrich Merz.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o turco, Recep Tayyip Erdogan, também viajarão ao Egito, informam os seus respectivos gabinetes. O Conselho Europeu será representado por seu presidente, António Costa. Segundo a mídia estatal, o rei Abdullah II, da Jordânia, também deverá comparecer.


