
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, defendeu nesta quarta-feira (15) a paz na América Latina e a soberania venezuelana. O discurso foi feito após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas no país.
— Não aos golpes de Estado dados pela CIA, que tanto nos lembram os 30 mil desaparecidos pela CIA nos golpes de Estado contra a Argentina (...) Até quando golpes de Estado da CIA? A América Latina não os quer, não os necessita e os repudia — disse Maduro.
Em discurso a uma comissão criada após o envio de navios de guerra norte-americanos ao Caribe, Maduro condenou o que chamou de "golpes de Estado orquestrados pela CIA". As informações são do jornal O Globo.
Trump também declarou que avalia expandir a presença militar na região, incluindo possíveis ataques terrestres à Venezuela. Desde setembro, os EUA têm conduzido operações no Caribe, que já resultaram no bombardeio de cinco embarcações e 27 mortes. A última aconteceu na terça-feira (14). Caracas classificou os ataques como “execuções extrajudiciais”.
Durante evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, Maduro afirmou que não haverá mudança de regime no país, citando os casos do Afeganistão, Líbia, Chile e Argentina como exemplos de intervenções promovidas pela CIA.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, acusou Maduro de "declarar guerra ao povo venezuelano" nas eleições de 2024, que ela afirma terem sido vencidas por seu aliado, Edmundo González Urrutia. Em entrevista à CNN, Machado pediu apoio ao governo dos EUA para conter o que considera uma ameaça à vida dos cidadãos venezuelanos.
Trump autoriza ações da CIA
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar ações na Venezuela, porque "o país tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos".
De acordo com o The New York Times, atualmente, há 10 mil soldados norte-americanos na Venezuela, sendo a maioria em bases de Porto Rico, mas também existe um contingente de fuzileiros navais em navios de assalto anfíbio.
Desenvolvida pelo secretário de Estado Marco Rubio, em parceria com o diretor da CIA, John Ratcliffe, a estratégia da Casa Branca tem o objetivo de tirar Maduro do governo. O governo norte-americano oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que ajudem a derrubar Maduro.


