
A Cúpula de Líderes do Brics, que reúne 11 países, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, começa neste domingo (6) no Rio de Janeiro. Sob a presidência brasileira, o encontro prioriza acordos nas áreas de saúde, meio ambiente e inteligência artificial (IA), deixando conflitos internacionais fora da agenda formal.
Apesar da participação de países envolvidos em guerras, como Rússia e Irã, temas como a guerra na Ucrânia e os confrontos no Oriente Médio devem ser tratados apenas em reuniões bilaterais, segundo avaliação do Itamaraty. As informações são do g1.
O governo brasileiro busca aprovar, além da declaração final dos chefes de Estado, três documentos conjuntos sobre os temas prioritários. A estratégia é evidenciar resultados concretos do período em que o Brasil ocupa a presidência do bloco.
Prioridades definidas pelo Brasil
Entre os principais eixos defendidos pelo governo brasileiro estão:
- Saúde: o foco é firmar compromissos para o combate a doenças negligenciadas, como malária, tuberculose, doença de Chagas e leishmaniose, que afetam principalmente populações vulneráveis. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que essa será uma das marcas da presidência brasileira no Brics, destacando a saúde como alavanca para o desenvolvimento sustentável.
- Meio Ambiente: com a presidência da COP30, marcada para novembro em Belém (PA), o Brasil quer liderar a construção de uma posição climática unificada entre os países do Sul Global. A expectativa é divulgar uma declaração conjunta sobre mudanças climáticas e financiamento para conter o aquecimento global em até 1,5ºC.
- Inteligência Artificial: outro ponto central é discutir o uso ético e regulado da IA, tratando dados como ativos econômicos estratégicos. O Brasil defende diretrizes comuns no Brics para garantir padrões mínimos de segurança e transparência, respeitando a soberania de cada país. Há também proposta para que países sejam remunerados pela geração de dados que alimentam sistemas de IA, tema que está em debate no Congresso brasileiro.
Organização do evento
O encontro no Rio de Janeiro acontece nos dias 6 e 7 de julho e contará com a presença de chefes de Estado, chanceleres e representantes de alto escalão dos países-membros. Mais de 100 reuniões preparatórias foram realizadas entre fevereiro e julho, tanto presenciais, em Brasília, quanto virtuais.
Para reforçar a segurança durante o evento, o governo federal autorizou o uso das Forças Armadas. Segundo o Itamaraty, a prioridade brasileira nesta cúpula é fortalecer a articulação do Sul Global em temas estratégicos, deixando questões militares e geopolíticas em segundo plano.