
A Suprema Corte da Argentina determinou a prisão da ex-presidente Cristina Kirchner, 72 anos, nesta terça-feira (10). A decisão ocorre após o tribunal negar recurso que tentava anular uma condenação a seis anos de prisão.
Por ser maior de 70 anos, ela pode solicitar prisão domiciliar. Cristina foi condenada em 2022 a seis anos de prisão por corrupção, mas não foi presa na época porque a Suprema Corte ainda não havia analisado recursos apresentados pela defesa. Ela também está impedida de ocupar cargos públicos.
A ex-presidente de centro-esquerda (2007-2015) foi condenada por pagamentos superfaturados e concessão de contratos para obras públicas na província de Santa Cruz, no sul do país, durante seu mandato.
"As sentenças ditadas pelos tribunais anteriores se basearam em abundantes provas produzidas", escreveu o mais alto tribunal argentino em seu veredicto. "Por isso, rejeita-se a queixa" apresentada pela defesa, acrescentou.
Kirchner, de 72 anos, deve comparecer perante o tribunal nos próximos cinco dias úteis para receber a notificação de sua pena.
Segunda presidente condenada
Principal opositora do governo ultraliberal de Javier Milei, Cristina anunciou na semana passada que concorreria a uma vaga como deputada na província de Buenos Aires, a mais populosa do país, nas eleições legislativas provinciais de 7 de setembro. A condenação inviabiliza a candidatura.
Kirchner é a segunda presidente na democracia argentina a ser condenada, depois de Carlos Saúl Menem (1989-1999), que foi sentenciado a sete anos de prisão por venda de armas.
Cristina critica decisão
A ex-presidente acusa os promotores e vários juízes de parcialidade no chamado "caso Vialidad" e a oposição considera sua condenação um banimento.
— (Os três juízes da Suprema Corte) são três marionetes que respondem a comandos naturais muito acima deles — disse Cristina após saber da notícia, diante de uma multidão na sede do opositor Partido Justicialista, que ela preside.
— A sentença já estava escrita antes do julgamento — acrescentou.
Milei se manifesta
O presidente argentino, Javier Milei, se manifestou sobre a condenação em publicação na rede social X. "Justiça. Fim", resumiu.