
O caso de Juliana Marins, brasileira que caiu durante uma trilha no Parque Nacional da Indonésia sábado (21) e foi encontrada morta nesta terça-feira (24), não é isolado. Entre 2020 e 2024, outras oito pessoas morreram e 180 ficaram feridas em acidentes durante a exploração de trilhas na região.
É o que indicam dados do governo da Indonésia divulgados em março deste ano, conforme o g1. O recorde de mortes no período é de 2023, quando três pessoas morreram em trilhas do Parque Nacional da Indonésia.
Ainda em 2023, foram registrados 35 acidentes na região. O número quase dobrou em 2024, quando 60 pessoas relataram incidentes. Das 180 pessoas que ficaram feridas durante a realização de trilhas na região entre 2020 e 2025, 44 são estrangeiros e 136 são turistas locais.
O número de acidentes em 2024 é quase o triplo dos registros de 2020, ano em ocorreram 21 incidentes e duas mortes. Com o aumento da visitação e crescente de incidente, o governo local emitiu, em março, um parecer para a elaboração de um projeto para padronizar buscas, resgates e evacuação em caso de necessidade.
Juliana realizava uma trilha para escalar o Monte Rinjani, um dos destinos turísticos mais procurados da Indonésia. A brasileira caiu às margens do vulcão no último sábado (21) e foi avistada no mesmo dia a cerca de 300 metros do cume. Após tentativas frustradas de resgate, ela foi encontrada sem vida nesta terça-feira, a mais de 500 metros do penhasco.
Acidentes no Parque Nacional da Indonésia
Mortes
- 2020: 2 mortes
- 2021: 1 morte
- 2022: 1 morte
- 2023: 3 mortes
- 2024: 1 mortes
Acidentes
- 2020: 21 casos
- 2021: 33 casos
- 2022: 31 casos
- 2023: 35 casos
- 2024: 60 casos
Outros casos
Três turistas estrangeiros morreram em trilhas da região entre 2022 e 2025, um português, uma suíça e homem natural da Malásia, conforme o g1. Contando com Juliana, o número sobe para quatro.
Nascido em Israel e com nacionalidade portuguesa, Boaz Bar Anam morreu após tentar tirar uma selfie na borda do cume e cair de uma altura de aproximadamente 150 metros. O caso ocorreu em 2022. Ele tinha 37 anos.
Suíça, Melanie Bohner morreu enquanto tentava escalar o Monte Anak Dara, em Sembalum. O penhasco não fica no Monte Rinjani, mas integra a mesma região. O corpo dela estava em uma área de trilha não oficial.
Rennie, da Malásia, tinha 80 anos. Ele caiu de aproximadamente 80 metros na trilha de Torean, após se soltar de uma corda de segurança.
Criação de plano de resgates e busca
O documento emitido pelo governo da Indonésia em março tem como objetivo criar protocolos a serem seguidos em casos de acidentes no Parque Nacional.
Segundo o g1, o relatório final aponta benefícios econômicos ao país com a exploração da região, mas salienta o aumento de incidentes e impactos ao ecossistema nos últimos anos.
Quedas e torções representam 134 casos, o tipo de acidente mais registrado. Para combater a crescente de incidentes, placas de alerta foram colocadas nas áreas onde há mais perigo.