
O ataque dos Estados Unidos a três instalações nucleares do Irã — Fordow, Natanz e Isfahan — gerou forte repercussão internacional neste sábado (21). A ofensiva foi anunciada pelo governo norte-americano como uma ação contra o avanço do programa nuclear iraniano.
Aliado dos EUA, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a operação e agradeceu ao presidente Donald Trump pela iniciativa. Segundo ele, a ação marca “um ponto de inflexão histórico” e foi realizada em “total coordenação” entre as forças israelenses e norte-americanas. “Prometi que as instalações nucleares do Irã seriam destruídas.
Essa promessa foi cumprida”, declarou Netanyahu, em pronunciamento transmitido em vídeo.
Em sentido oposto, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, classificou o ataque como “uma escalada perigosa” e afirmou que a medida representa uma ameaça à paz e à segurança internacionais. Em comunicado, Guterres pediu que os Estados-membros evitem o agravamento do conflito e respeitem o direito internacional. “Não há solução militar. O único caminho possível é a diplomacia”, afirmou.
"Estou profundamente alarmado com o uso da força pelos Estados Unidos contra o Irã hoje. Trata-se de uma escalada perigosa em uma região já à beira do conflito — e uma ameaça direta à paz e à segurança internacionais.
Há um risco crescente de que esse conflito possa rapidamente sair do controle — com consequências catastróficas para civis, para a região e para o mundo.
Exorto os Estados-membros a promoverem a desescalada e a cumprirem suas obrigações sob a Carta das Nações Unidas e outras normas do direito internacional.
Neste momento perigoso, é fundamental evitar uma espiral de caos. Não existe solução militar. O único caminho a seguir é a diplomacia. A única esperança é a paz."
O congressista republicano Thomas Massie afirmou que a ação dos Estados Unidos "não é constitucional", em crítica à decisão do presidente Donald Trump de ordenar os ataques sem aprovação prévia do Congresso.
Na América Latina, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também criticou a ação dos Estados Unidos. Durante um evento público em Medellín, disse que o bombardeio coloca em risco a estabilidade global. “Este ato incendeia o Oriente Médio [...] e não afeta apenas o Oriente Médio, mas todos nós aqui na Colômbia. Também temos que pedir e exigir como seres humanos, cara a cara e sem abaixar a cabeça, exigimos a paz mundial”, afirmou o líder colombiano. afirmou.
A agência atômica iraniana reagiu dizendo que os ataques “não deterão” as atividades nucleares do país. Até o momento, o governo do Irã não confirmou oficialmente a extensão dos danos provocados pelos bombardeios.