Israel realizou, neste domingo (15), novos ataques contra o programa nuclear do Irã, que respondeu com disparos de mísseis no terceiro dia de uma escalada militar inédita entre os dois países. Os ataques mútuos continuam.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reportou 13 mortos e mais de 350 feridos no país devido a bombardeios iranianos desde o início do conflito, na sexta-feira (13).
Neste domingo, a polícia de Israel indicou que seis pessoas morreram e pelo menos 180 ficaram feridas por um ataque com mísseis durante a noite em Bat Yam, perto de Tel Aviv.
Já as autoridades iranianas não comunicaram um balanço atualizado, mas Teerã afirma que Israel matou nove cientistas nucleares e altos comandantes da Guarda Revolucionária, o exército do país.
No sábado (14), Netanyahu prometeu atingir "todos os alvos do regime" iraniano com o argumento de impedir que o país obtenha armas nucleares.
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu que o exército americano responderia com "toda a sua força" se o Irã atacasse seu país e ressaltou que Washington "não teve nada a ver" com os ataques israelenses.
Israel iniciou a ofensiva contra a República Islâmica ainda na quinta-feira (12), ao bombardear locais militares e nucleares do país em ataques que deixaram dezenas de mortos, incluindo cientistas nucleares e altos comandantes da Guarda Revolucionária.
O exército israelense atacou vários complexos da defesa iraniana e locais relacionados a "projetos de armas nucleares". Os alvos incluíram, entre outros, o "Ministério da Defesa" e "a sede do projeto nuclear SPND (Organização de Inovação e Pesquisa em Defesa, na sigla em persa)", especificou o corpo armado no Telegram.
"Teerã vai arder", escreveu o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, no X.
O Irã, em resposta, lançou mísseis contra o sul, o centro e o norte de Israel. Milhões de israelenses correram "em busca de abrigo ao som das sirenes", indicou o exército.
Tensão nas negociações
Os ataques iranianos com drones e mísseis tiveram como alvo instalações de reabastecimento de aviões de combate, especificou a Guarda Revolucionária.
As potências ocidentais, entre elas os Estados Unidos, suspeitam que o Irã busca obter a arma atômica. Teerã, por outro lado, nega e defende seu direito de desenvolver um programa nuclear com fins civis.
Trump, aliado de Israel, pediu na sexta-feira que Teerã conclua um acordo com Washington sobre esse programa.
Um novo ciclo de negociações indiretas estava previsto para este domingo em Omã. Mas o governo local anunciou no sábado que as conversas não ocorreriam, depois que o Irã acusou Israel de minar as discussões.
Também no sábado, Trump afirmou que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram em um telefonema que a guerra entre Irã e Israel "deve terminar".
Enquanto os apelos de líderes mundiais à moderação se multiplicam, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, acusou Israel de precipitar o Oriente Médio em um "perigoso ciclo de violência".
Já o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, prometeu uma resposta "mais contundente" contra Israel se seu exército continuar com os ataques.