
O chefe supremo da República do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira (13) responder aos ataques de Israel na noite de quinta-feira (12) com "punição severa". Explosões, que foram registradas em Teerã e em outras cidades do país, vitimaram altos comandantes militares e cientistas do país, além de danificarem instalações nucleares e fábricas de mísseis.
"O regime sionista cometeu um crime em nosso querido país hoje ao amanhecer, com suas mãos satânicas e ensanguentadas. Revelou sua natureza maliciosa ainda mais do que antes, ao atacar áreas residenciais. O regime sionista deve se preparar para uma punição severa", escreveu Khamenei.
Israel informou que o Irã já retaliou o país com drones, mas Teerã nega. As autoridades iranianas dizem que a resposta ainda virá e Khamenei afirma que "as Forças Armadas do país não deixarão Israel impune".
"Nos ataques inimigos, vários comandantes e cientistas foram martirizados. Se Deus quiser, seus sucessores e colegas continuarão com suas funções sem demora. Com esse crime, o regime sionista preparou para si um destino amargo e doloroso, que certamente verá", concluiu Khamenei, que lidera desde 1989 a república islâmica que mistura teocracia com instituições republicanas, com eleições periódicas e conselho de religiosos.
As Forças Armadas do Irã informaram que "não há limites para responder a agressão de Israel". "O Estado-Maior das Forças Armadas do Irã sublinhou que vingar o sangue dos mártires desta agressão é uma missão que as Forças Armadas colocaram em sua agenda e não descansarão até que seja cumprida", informou a agência de notícias do Irã, a Fars News.
Entre os altos militares mortos pelos ataques israelenses, estão o comandante em chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami; o comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbiya, o tenente-general Gholamali Rashid, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Mohammad Hossein Bagheri, que já foram substituídos por novos comandantes militares.
Entenda
As duas maiores potências militares do Oriente Médio, que já foram aliados no passado, entraram no momento mais tenso de suas relações neste ataque. Israel atacou o Irã com a justificativa que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusou Teerã de violar obrigações. Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP.
Os Estados Unidos vinham pressionando o Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.
— Acho que foi excelente. Demos a eles uma chance e não aproveitaram. Eles foram atingidos com força, muita força. E há mais por vir. Muito mais — disse Trump, principal aliado de Tel-Aviv.