
A turista brasileira Juliana Marins, 26 anos, que sofreu queda durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta nesta terça-feira (24). A informação foi confirmada pela família em perfil no Instagram e pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que lamentou a morte em nota (leia abaixo).
"Hoje a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido", diz a publicação em conta dedicada a informações sobre o resgate da jovem.
A brasileira havia sido avistada por um drone na manhã de segunda-feira (23), pelo horário local, cerca de 500 metros abaixo do penhasco.
Buscas chegaram a ser iniciadas anteriormente, mas foram interrompidas mais de uma vez devido às condições climáticas.
A forma como as autoridades da Indonésia trataram o caso foi criticada pela família. Conforme familiares, o comportamento do tempo é padrão nesta época do ano: "Eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!"
O acidente
De acordo com a irmã de Juliana, a queda aconteceu no último sábado (21) enquanto ela fazia uma trilha no vulcão Rinjani, com um grupo de mais cinco pessoas e um guia local. A caminhada já estava no segundo dia quando a brasileira disse ao guia que estava cansada para continuar. Ele teria falado para ela descansar e seguido viagem com os demais turistas.
— O guia falou: "Então descansa" e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu — explicou a irmã de Juliana, Mariana Marins. — O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana.
Quem era Juliana Marins
Juliana Marins era natural de Niterói (RJ). Aos 26 anos, ela tinha formação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em seu perfil no Instagram, costumava compartilhar registros de viagens e praticando pole dance. Juliana havia embarcado para um mochilão pela Ásia em fevereiro.
Em quatro meses de viagem, antes de chegar à Indonésia, a jovem visitou países como Filipinas, Tailândia e Vietnã. Há cerca de três semanas, ela relatou que teve crises de ansiedade e afirmou nunca ter se sentido tão viva quanto durante a viagem:
"Minhas emoções esse mês foram como as curvas de ha giang (cidade vietnamita). A viagem ao Vietnã começou incrível, até que, na próxima curva, tive algumas crises de ansiedade e, logo na virada seguinte, vivi uma das melhores fases dessa aventura. Fazer uma viagem longa sozinha significa que o sentir vai sempre ser mais intenso e imprevisível do que a gente ta acostumado. e ta tudo bem. Nunca me senti tão viva", escreveu.
Nota do Itamaraty
O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do Mount Rinjani (3.726 metros de altura), vulcão localizado a cerca de 1.200 km de Jacarta, na ilha de Lombok. Ao final de quatro dias de trabalho, dificultado pelas condições meteorológicas, de solo e de visibilidade adversas na região, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia encontraram o corpo da turista brasileira.
A embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, para a tarefa de resgate e vinha acompanhando os trabalhos de busca desde a noite de sexta-feira, quando foi informada da queda no Mount Rinjani.
O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente.