Israel realizou um ataque contra o Irã nesta sexta-feira (13) — horário local, noite de quinta no Brasil. Explosões foram ouvidas nos arredores de Teerã, capital iraniana.
Após o ataque, a imprensa iraniana confirmou que o chefe da Guarda Revolucionária local, Hossein Salami, morreu. As forças armadas do país prometeram "uma resposta forte".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque foi realizado em um momento "decisivo" na história do país. Ele se manifestou em pronunciamento gravado com antecedência e divulgado pouco após os ataques.
— Há alguns momentos, Israel lançou a Operação Leão em Ascensão, uma operação militar direcionada para conter a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Essa operação continuará por quantos dias forem necessários para eliminar essa ameaça — disse.
Netanyahu afirmou que o principal alvo é a usina de Natanz, considerada "o coração do programa de enriquecimento" de urânio.
— O Irã está se preparando para produzir 10 mil desses mísseis balísticos em três anos. Agora, imagine, imagine 10 mil toneladas de TNT caindo sobre um país do tamanho de Nova Jersey. Esta é uma ameaça intolerável — afirmou.
Um oficial do Exército israelense afirmou que o Irã tinha material suficiente para fabricar 15 bombas nucleares em poucos dias, conforme a Reuters.
Conforme a mídia estatal iraniana, no entanto, edifícios residenciais em Teerã também foram atingidos, causando mortes.
O Ministério de Defesa israelense chamou a ação de "ataque preventivo" e reafirmou que o alvo foram instalações militares. "Dezenas de jatos da IAF (Força Aérea Israelense) completaram o primeiro estágio", afirma o comunicado.
O governo israelense declarou estado de emergência, fechou o espaço aéreo e emitiu um alerta para ações retaliatórias do Irã.
Negociações de limites para programa nuclear
Mais cedo, autoridades israelenses e do governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, disseram que Israel estava se preparando para atacar o Irã nos próximos dias se Teerã rejeitasse a proposta dos norte-americanos para impor limites rígidos ao programa nuclear.
Nesta quinta, no entanto, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o país não está envolvido nos ataques e que a "principal prioridade" é defender as forças estadunidenses no Oriente Médio. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para esta sexta-feira (13).
Uma alta autoridade israelense alertou que um ataque poderia ocorrer até domingo (15), a menos que o Irã concordasse em interromper a produção de material que pode ser usado para fabricar bomba atômica.
Na segunda-feira (9), Netanyahu levantou a possibilidade de ataques em uma conversa telefônica com Trump, de acordo com duas autoridades norte-americanas. Logo depois, os EUA começaram a transferir alguns diplomatas e dependentes militares do Oriente Médio.
Resposta do Irã
O Exército israelense afirmou que o Irã lançou quase 100 drones contra seu território por volta das 9 horas da manhã desta sexta-feira (13)— horário local, madrugada de sexta no Brasil. De acordo com as autoridades israelenses, seu Exército está tentando interceptá-los, após uma onda de ataques aéreos israelenses contra a República Islâmica, de acordo com a AFP.
"O Irã lançou aproximadamente 100 (drones) contra o território israelense, que tentamos interceptar", disse o porta-voz militar Effie Defrin a jornalistas. De acordo com ele, Israel mobilizou 200 aviões de combate para bombardear quase 100 alvos em seus ataques contra o Irã.
O Irã afirmou que os ataques israelenses justificam sua necessidade de avançar no enriquecimento de urânio e potencializar suas capacidades de mísseis.
"Não se deve falar com um regime tão predador, exceto com a linguagem da força. O mundo agora entende melhor a insistência do Irã em seu direito de enriquecer (urânio), à tecnologia nuclear e ao poder dos mísseis." Afirmou o governo iraniano em um comunicado.
As Forças Armadas do Irã afirmaram que "não terão limites" em sua resposta a Israel após os ataques "Agora que o regime terrorista que ocupa Al Quds (Jerusalém) cruzou todas as linhas vermelhas, não há limites na resposta a este crime", afirmou o Estado-Maior do Exército, conforme a AFP.