Israel retomou nesta sexta-feira (13) os bombardeios contra alvos militares do Irã, que revidou, disparando centenas de mísseis em retaliação. Segundo a AFP, foram ouvidas explosões em Tel Aviv. O jornal americano The New York Times informou que 22 pessoas ficaram feridas em Israel.
O Corpo de Bombeiros israelense informou que seu efetivo está mobilizado para responder a "vários incidentes graves" causados pelo ataque com mísseis iranianos contra Israel, incluindo esforços para resgatar pessoas presas em um prédio.
"Na região de Dan (norte de Israel), bombeiros estão trabalhando em um prédio alto para resgatar pessoas presas", informou o serviço em um comunicado.
O porta-voz militar israelense Effie Defrin disse, em coletiva de imprensa, que Israel continua seus ataques no Irã e já atingiu 200 alvos até o momento, incluindo duas instalações nucleares. Poucos minutos depois, avisos de mísseis disparados do Irã interromperam a coletiva.
De acordo com informações da AFP, a televisão estatal do Irã afirmou que o Exército da República Islâmica derrubou dois caças israelenses também nesta sexta-feira, durante um ataque em massa de Israel.
Além disso, a Guarda Revolucionária do Irã afirmou que lançou um ataque contra dezenas de alvos em Israel:
"A Guarda Revolucionária Islâmica executou sua resposta decisiva e precisa contra dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas do regime sionista usurpador nos territórios ocupados", declarou a Guarda em um comunicado divulgado pela mídia estatal.
Irã cruzou "linhas vermelhas", diz ministro israelense
O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o Irã cruzou "linhas vermelhas" nesta sexta-feira ao lançar mísseis que atingiram assentamentos urbanos onde vivem civis:
"Continuaremos a defender os cidadãos de Israel e garantiremos que o regime dos aiatolás pague um alto preço por suas ações terríveis", disse Katz em comunicado.
"Punição severa"
O chefe supremo da República do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, havia prometido responder aos ataques de Israel na noite de quinta-feira (12) com "punição severa". Explosões, que foram registradas em Teerã, capital do Irã, e em outras cidades do país, vitimaram altos comandantes militares e cientistas do país, além de danificarem instalações nucleares e fábricas de mísseis.
"O regime sionista cometeu um crime em nosso querido país hoje ao amanhecer, com suas mãos satânicas e ensanguentadas. Revelou sua natureza maliciosa ainda mais do que antes, ao atacar áreas residenciais. O regime sionista deve se preparar para uma punição severa", escreveu Khamenei.
As Forças Armadas do Irã informaram ainda que "não há limites para responder a agressão de Israel".
Entre os altos militares mortos pelos ataques israelenses, estão o comandante em chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami; o comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbiya, o tenente-general Gholamali Rashid, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Mohammad Hossein Bagheri, que já foram substituídos por novos comandantes militares.
Entenda
As duas maiores potências militares do Oriente Médio, que já foram aliados no passado, entraram no momento mais tenso de suas relações neste ataque. Israel atacou o Irã com a justificativa que o país está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel-Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusou Teerã de violar obrigações. Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinou o TNP.
Os Estados Unidos vinham pressionando o Irã para reduzir o alcance do seu programa nuclear. O presidente Donald Trump elogiou os ataques de Israel contra Teerã e pediu para o país aceitar o acordo sobre a questão nuclear.
— Acho que foi excelente. Demos a eles uma chance e não aproveitaram. Eles foram atingidos com força, muita força. E há mais por vir. Muito mais — disse Trump, principal aliado de Tel-Aviv.