
Um vídeo mostrando Esmail Qaani, um dos líderes da Guarda Revolucionário do Irã — dado como morto por Israel após um ataque — circula nas redes sociais nesta terça-feira (24). Ele estaria participando de um ato de celebração, nas ruas de Teerã, pelo fim da guerra de 12 dias entre os países, conforme o jornal O Globo.
A notícia de que Qaani teria morrido, assim como outros integrantes da grupo militar iraniano, foi divulgada por autoridades israelenses após um dos primeiros bombardeios de Israel contra Irã. A informação, no entanto, não se confirmou.
O comando da Força Quds, responsável por coordenar ações da Guarda Revolucionária, passou para Esmail Qaani em 2020, após a morte do general Qassem Soleimani, em janeiro daquele ano, em um ataque dos Estados Unidos.
Até o momento, entre as mortes confirmadas da cúpula militar iraniana estão as de Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária; e Amir Ali Hajizadeh, chefe da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, ainda conforme o jornal O Globo.
Fim do conflito
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, anunciou nesta terça-feira (24) o "fim da guerra de 12 dias imposta por Israel", em uma mensagem à nação divulgada pela Agência de Notícias da República Islâmica do Irã (Irna).
"Hoje, após a heroica resistência de nossa grande nação (...) assistimos ao estabelecimento de uma trégua e ao fim desta guerra de 12 dias imposta" por Israel, declarou Pezeshkian.
Cessar-fogo
O cessar-fogo entre Israel e Irã foi anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na noite de segunda-feira (23) e entrou em vigor na madrugada desta terça (24).
"Foi totalmente acordado por e entre Israel e Irã que haverá um cessar-fogo completo e total (...) por 12 horas momento em que a guerra será considerada finalizada", escreveu o presidente americano.
Violações
Ainda nesta terça-feira, Donald Trump, disse que tanto Israel quanto Irã violaram o cessar-fogo. A declaração foi dada enquanto o republicano se preparava para embarcar para a cúpula da Otan, em Haia.
— Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel. Israel tem de se acalmar, tenho de fazer Israel se acalmar — declarou Donald Trump.
Horas depois do anúncio de cessar-fogo, Irã e Israel trocaram acusações sobre violações do acordo. O exército israelense afirmou que identificou um míssil lançado pelo Irã nesta terça-feira (24).
O ministro da Defesa do país, Israel Katz, disse que ordenou que o exército "respondesse energicamente à violação do cessar-fogo pelo Irã".
O exército do Irã, por sua vez, acusou Israel de ter executado ataques em território iraniano durante a manhã.
Na mesma nota em que garantiu se abster de novos ataques, o governo de Israel confirmou que houve um atentado a Teerã às 3h (horário local), mas explicou que o cessar-fogo havia sido definido para as 7h (horário local).
A nota ainda afirma que, às 7h06min (horário local), o Irã lançou um míssil contra território israelense.
O início do conflito
No dia 13 de junho, Israel realizou um ataque contra o Irã. Explosões foram ouvidas nos arredores de Teerã, capital iraniana. Após o ataque, a imprensa iraniana confirmou que o chefe da Guarda Revolucionária local, Hossein Salami, morreu. As forças armadas do país prometeram "uma resposta forte".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque foi realizado em um momento "decisivo" na história do país. Ele se manifestou em pronunciamento gravado com antecedência e divulgado pouco após os ataques.
Desde então, ataques foram registrados em Israel, no Irã e mais recentemente, na segunda-feira (23), no Catar, em uma base militar dos EUA.
No sábado (21), Trump anunciou que o país entrou em guerra contra o Irã, após confirmar o ataque a três instalações nucleares no país persa. Em seguida, em pronunciamento, o presidente americano justificou o ato como necessário para a paz mundial, "para que o país deixe de ser uma ameaça nuclear e de terror".