Ataques russos na cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, deixaram dois mortos e 60 feridos, incluindo crianças, nesta quarta-feira (11), informaram as autoridades de Kiev. Moscou prossegue com os bombardeios após rejeitar a proposta de um cessar-fogo incondicional.
"Dezessete ataques de (drones) inimigos foram realizados durante a noite em dois distritos da cidade", publicou no Telegram o prefeito de Kharkiv, Igor Terekhov.
A polícia informou que um homem de 65 anos e uma mulher de 47 morreram no bombardeio. Sessenta pessoas ficaram feridas, incluindo nove crianças.
A Rússia intensificou os bombardeios contra a Ucrânia nas últimas semanas, apesar das tentativas de negociações para alcançar o fim da guerra de três anos.
A Ucrânia também atacou o território russo.
Após uma série de ataques na terça-feira com mais de 300 drones e sete mísseis, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, fez um apelo aos aliados ocidentais de seu país para que respondam com "ações concretas".
"Ação dos Estados Unidos, que têm o poder de forçar a Rússia à paz. Ação da Europa, que não tem alternativa além de ser forte", escreveu Zelensky nas redes sociais.
Kharkiv, que fica a menos de 50 km da fronteira russa, foi impactada na última semana por ataques noturnos em larga escala. Mais de 15 apartamentos sofreram um incêndio em um prédio de cinco andares no distrito de Slobidsky e várias casas foram atingidas no distrito de Osnoviansky, informou o prefeito Terekhov.
A Rússia já havia bombardeado Kharkiv no sábado, no que Terekhov classificou como "o ataque mais potente" contra a cidade desde o início da guerra.
- Troca de presos -
Os ataques russos também atingiram a cidade portuária de Odessa (sul) na terça-feira e provocaram danos em residências, edifícios, veículos e embarcações civis, segundo o Serviço Estatal de Emergências.
A Ucrânia também intensificou os ataques com drones contra a Rússia, em particular contra suas bases e centros de produção militares.
A defesa aérea russa interceptou e destruiu dispositivos na região de Belgorod, segundo o governador Viacheslav Gladkov.
Negociações organizadas na semana passada na Turquia terminaram sem avanços. A Rússia rejeitou os pedidos de um cessar-fogo incondicional, mas os dois países concordaram em libertar parte de seus prisioneiros.
O acordo prevê a libertação de todos os prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, além dos prisioneiros enfermos ou gravemente feridos, mas nenhum lado anunciou o número de soldados envolvidos.
Zelensky afirmou, no entanto, que "não faz sentido" dialogar com a atual delegação russa, cujos integrantes ele chamou de "cabeças ocas" por não aceitarem o cessar-fogo.
* AFP
